O cantor e compositor paraibano Vital Farias faleceu nesta quinta-feira (6), aos 82 anos, no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, na Grande João Pessoa. Internado desde ontem devido a complicações cardíacas, o artista sofreu um choque cardiogênico que levou ao seu falecimento.
Natural de Taperoá, Vital Farias nasceu em 23 de janeiro de 1943, no sítio Pedra d’Água. Caçula de 14 irmãos, teve seu primeiro contato com a leitura por meio da literatura de cordel, aprendendo a ler com suas irmãs. Ainda jovem, mudou-se para João Pessoa, onde serviu no exército e estudou no Lyceu Paraibano. Autodidata no violão, tornou-se professor no Conservatório de Música da Paraíba, dando início à sua trajetória musical.
Na década de 1970, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde mergulhou no cenário cultural e participou de diversas produções artísticas, incluindo a peça “Gota d’Água”, de Chico Buarque. Seu primeiro grande sucesso como compositor foi “Ê Mãe”, interpretado por Ari Toledo. Em 1978, lançou seu álbum de estreia, que levava seu nome. Em seguida, vieram os discos “Taperoá” (1980) e “Sagas Brasileiras” (1982), sendo este último marcado pela canção “Saga da Amazônia”, um alerta sobre o desmatamento da floresta.
Com um estilo que mesclava ritmos nordestinos e poesia refinada, Vital Farias conquistou o público com músicas como “Ai Que Saudade D’ocê”, “Sete Cantigas para Voar” e “Veja (Margarida)”, regravadas por diversos artistas. Sua importância no cenário musical foi consolidada com a participação nos projetos “Cantoria I” e “Cantoria II”, ao lado de Elomar, Geraldo Azevedo e Xangai, que se tornaram referências na música popular brasileira.
Além da carreira artística, Vital também se aventurou na política. Em 2006, candidatou-se ao Senado pela Paraíba pelo PSOL, conquistando cerca de 100 mil votos. Tentou novamente em 2010, desta vez pelo PCB, alcançando pouco mais de 56 mil votos.