O multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal morreu neste sábado (13), aos 89 anos, no Hospital Samaritano Barra, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A unidade informou que a morte ocorreu às 20h22, em decorrência de falência múltipla dos órgãos.

A notícia foi confirmada nas redes sociais oficiais do artista. “Com serenidade e amor, comunicamos que Hermeto Pascoal fez sua passagem para o plano espiritual, cercado pela família e por companheiros de música. No exato momento da passagem, seu Grupo estava no palco, como ele gostaria: fazendo som e música”, diz a publicação.

Hermeto, considerado por Miles Davis como “o músico mais impressionante do mundo”, foi três vezes vencedor do Grammy Latino e ficou conhecido por sua capacidade de transformar qualquer objeto ou som em música. Autodidata, começou a tocar acordeom aos 10 anos e só passou a escrever partituras após os 40.

Em julho e agosto deste ano, realizou nove shows na Europa. Sua última apresentação no Brasil aconteceu em junho, no Circo Voador, no Rio de Janeiro, poucos dias antes de completar 89 anos. Hermeto ainda estava escalado para o Festival Acessa BH, mas cancelou a participação por motivos de saúde.

Ao longo da carreira, o “bruxo” da música instrumental construiu uma obra única, que ele mesmo classificava como “música universal”, unindo frevo, baião, jazz, música clássica e sons do cotidiano. Em 2023, recebeu o título de doutor honoris causa pela Juilliard School, em Nova York, e já havia sido homenageado também por universidades brasileiras.

Seu último disco de inéditas, Pra você, Ilza, lançado em 2024, foi uma homenagem à mãe de seus filhos e companheira por quase meio século. No mesmo ano, ganhou a biografia Quebra tudo! – A arte livre de Hermeto Pascoal, escrita por Vitor Nuzzi.