Morreu nesta quinta (1º) a professora Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos. Ela foi arremessada de um brinquedo do Parque Mirabilandia, em Olinda, em setembro do ano passado, e estava internada desde então.
Segundo os parentes, o enterro dela será realizado no Cemitério Parque das Flores, no Sancho, na Zona Oeste.
Dávine sofreu graves ferimentos na cabeça e passou por dez cirurgias.
Ela foi levada, primeiro, para o Hospital da restauração (HR), no Derby, no Recife.
Depois, ficou internada no Hospital São Marcos, na mesma região. Por fim, teve que ser transferida para o Hospital da Hapvida, na Ilha do Leite, onde morreu, durante a madrugada.
Em 11 de janeiro deste ano, os parentes de Dávine concederam uma entrevista, após a transferência para o Hapvida, e disseram que a “situação era considerada muito grave”.
Ela perdeu praticamente quase a metade do lado direito do cérebro. E isso “comprometeu bastante”, segndo o primo dela, Ricardo Lima.
”O quadro dela continua gravíssimo. Ela não responde a nenhum estímulo, é possivelmente 99,9% de que seja irreversível’’, declarou, na época.
O acidente de Dávine também ficou marcado por uma disputa jurídica entre a família dela e a administração do Mirabilandia.
A família queria que o parque pagasse o tratamento dela. O Mirabilandia recorreu por não querer custear os procedimentos médicos.
Os parentes da professora chegaram a fazer uma arrecadação virtual para conseguir dinheiro.
Procurada pelo Diario de Pernambuco, a assessoria de comunicação do Hapvida disse que “a operadora não pode compartilhar informações dos pacientes sem autorização da família e, neste caso, a família da paciente não autoriza. Toda comunicação a respeito dela é feita via familiares”.
O que disse o parque
Por meio de nota, a direção do Mirabilandia lamentou a perda de Dávine Muniz, “solidarizando-se com a família”.
Ainda segundo a empresa, “poucas palavras poderão representar o conforto neste momento, principalmente para quem sempre busca oferecer momentos de entretenimento e alegria. Que seja recebida com todas as honras na sua passagem deste nosso plano”.
Inquérito
A Polícia Civil informou que o inquérito ainda não foi concluído. Também disse que os delegados estão avaliando as circunstâncias para poder se pronunciar.
Relembre o caso
Dávine Muniz caiu do brinquedo Wave Swinger, em setembro.
Ela esteve internada em hospital particular desde o dia 3 de outubro, após uma determinação da Justiça que ordenou que o Mirabilandia se responsabilize pelos custos do tratamento.
O parque chegou a entrar com recursos para não custear a internação de Dávine, mas não teve o pedido acatado.
O parque Mirabilândia voltou a funcionar no dia 2 de novembro, após passar 42 dias interditado por determinação do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon).
No dia da reabertura, o espaço não atraiu um grande público, possivelmente por causa do Feriado de Finados.
O parque de diversões não oferece mais para o público a atração que deixou Dávine Muniz gravemente ferida.
O Wave Swinger está no setor de manutenção do Mirabilandia e não há previsão para que volte a funcionar. No local, foi inserido outro brinquedo.
Para voltar a funcionar, o parque precisou seguir as dez recomendações do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE).
Entre elas a apresentação de documentos de todos os brinquedos, inspeções individualizadas por equipamento assinadas por técnicos e especificação e detalhamento dos documentos sobre manutenção preventiva.
Informações do Diário de Pernambuco