Oliviero Toscani, renomado fotógrafo italiano conhecido por suas campanhas publicitárias provocativas para a marca Benetton, faleceu nesta segunda-feira, 13 de janeiro de 2025, aos 82 anos, após enfrentar uma doença rara e incurável chamada amiloidose.
Nascido em Milão em 28 de fevereiro de 1942, Toscani iniciou sua carreira colaborando com revistas de moda como Elle, Vogue e Harper’s Bazaar. Em 1982, tornou-se diretor de arte da Benetton, onde revolucionou a publicidade ao abordar temas sociais controversos, como racismo, religião e AIDS, por meio de imagens impactantes que desafiavam os limites tradicionais da propaganda.
Entre suas campanhas mais marcantes estão a fotografia de uma mulher negra amamentando uma criança branca (1989), a imagem de um homem moribundo vítima de AIDS cercado por sua família (1992) e a representação de uma freira beijando um padre (1992). Essas obras geraram debates acalorados sobre ética na publicidade, mas também destacaram a capacidade de Toscani de utilizar a arte fotográfica para provocar reflexões profundas na sociedade.
Além de seu trabalho com a Benetton, Toscani cofundou a revista Colors, conhecida por seu enfoque multicultural, e o centro de pesquisa em comunicação Fabrica. Seu compromisso com questões sociais também se refletiu no projeto “Razza Umana”, que explorava a diversidade humana por meio de retratos fotográficos.
Em agosto de 2024, Toscani revelou que sofria de amiloidose, doença que causa depósitos anormais de proteínas nos tecidos, levando-o a perder 40 quilos em um ano. Apesar da batalha contra a enfermidade, manteve-se ativo e continuou a influenciar o mundo da fotografia e da publicidade até seus últimos dias.
Sua família anunciou o falecimento com a mensagem: “É com imensa tristeza que anunciamos hoje, 13 de janeiro de 2025, que nosso amado Oliviero iniciou sua nova jornada”. A Benetton também prestou homenagem, afirmando: “Para explicar certas coisas, palavras não bastam. Foi isso que você nos ensinou. Adeus, Oliviero. Continue sonhando”.