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Motociclistas devem manter distância segura de ônibus para evitar riscos com “ponto cego”, alerta Sintur-JP
20/08/2025 / 11:58
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“Pontos cegos” são áreas ao redor dos ônibus que ficam fora do campo de visão do motorista, mesmo com o auxílio dos espelhos retrovisores. Sintur-JP informa que motoristas de coletivo passam por treinamentos específicos

Cerca de 80% das vítimas de sinistros de trânsito atendidas pelo Hospital Estadual de Emergência e Trauma de João Pessoa são motociclistas. São centenas de ocorrências todos os meses, reforçando a necessidade de conscientização e prevenção.

Diante desse cenário, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa (Sintur-JP) alerta para os riscos dos chamados “pontos cegos” — áreas ao redor dos ônibus que ficam fora do campo de visão do motorista, mesmo com o auxílio dos espelhos retrovisores.

De acordo com Abimadabe Vieira, observadora certificada do Observatório Nacional de Segurança Viária, “pontos cegos são áreas ao redor dos veículos ou pontos sem visibilidade dos veículos — especialmente os maiores, como ônibus e caminhões — que não são visualizadas diretamente pelos espelhos retrovisores. Isso significa que, mesmo atentos, os condutores não conseguem ver quem ou o que está ali. No trânsito, isso representa um risco gravíssimo, pois uma motocicleta ou pedestre pode estar muito próximo e ainda assim passar despercebido, aumentando a probabilidade de sinistros. Como educadora de trânsito, é essencial reforçar que buscar entender e perceber os pontos cegos é um passo importante na construção de uma consciência coletiva de segurança viária”.

A especialista ressalta que os motociclistas estão entre os mais vulneráveis. “Por serem veículos menores, com alta mobilidade, é comum que eles transitem nas laterais de carros, ônibus e caminhões — justamente onde os pontos sem visibilidade são mais presentes. Essa exposição exige atenção redobrada tanto dos condutores de motocicletas quanto dos condutores dos demais veículos. No processo educativo, é fundamental educar que o tamanho reduzido da moto não a torna invisível — mas sim que todos precisam respeitar o espaço e os limites de percepção de risco no trânsito”.

Comportamentos de risco e prevenção

Segundo Abimadabe Vieira, algumas atitudes aumentam significativamente o risco de acidentes.

“Comportamentos como trafegar entre faixas, ultrapassar pela direita ou ficar ‘colado’ na lateral do ônibus aumentam significativamente o risco de o motociclista estar no ponto cego, ou seja, na zona onde o motorista não consegue vê-lo. Além disso, parar ao lado do ônibus em cruzamentos, sem manter uma distância segura, é extremamente perigoso. Do ponto de vista pedagógico, é essencial mostrar aos motociclistas em formação que sua segurança depende de escolhas conscientes e do respeito às regras de circulação. A pressa ou a tentativa de ‘ganhar tempo’ não pode superar o valor da vida”.

Ela também orienta que o motociclista deve adotar uma postura ativa para ser visto.

“O motociclista deve sempre se posicionar de forma visível, mantendo distância lateral segura e evitando permanecer por muito tempo ao lado de veículos grandes como ônibus. Além disso, é fundamental que ele utilize faróis acesos, sinalize todas as suas manobras e, sempre que possível, busque o contato visual com o motorista — especialmente em cruzamentos e mudanças de faixa. No processo educativo, é importante promover a percepção de que ‘Ver e ser visto no Trânsito’ é uma ação ativa do motociclista. Estar atento, prever movimentos e se posicionar corretamente são atitudes que salvam vidas”.

Treinamento e capacitação dos motoristas de coletivo

Para contribuir com a prevenção de acidentes, o Sintur-JP informa que 389 motoristas já participaram de treinamentos específicos sobre ponto cego. Além disso, os condutores passam por capacitação continuada, com um programa mensal de cursos que abordam temas como “Direção Defensiva: Evitando Acidentes”, “Comportamento Seguro no Trânsito”, “Técnicas de Condução Econômica” e “Boas Práticas em Situações Adversas”.

“Na condição de um dos principais atores do transporte público e do trânsito, nos vimos no dever de chamar a atenção dos demais atores, das autoridades de trânsito e da sociedade para a importância do tema”, chama atenção Isaac Jr. Moreira, diretor institucional do Sintur-JP. “Saber o que é o ponto cego e agir de modo a prevenir sinistros é uma importante contribuição de todos”, complementou.

O Sintur-JP ressalta que a convivência harmoniosa entre diferentes modais de transporte depende de atenção, respeito e adoção de práticas seguras por todos os condutores.