O influenciador paraibano Hytalo Santos está sob investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB) por suposta exploração de menores de idade em vídeos produzidos para suas redes sociais. Segundo o órgão, Hytalo teria oferecido benefícios como celulares, pagamento de aluguel e mensalidade escolar a familiares de adolescentes que participavam dos chamados “realities” digitais.
Desde a última sexta-feira (8), a conta de Hytalo no Instagram está fora do ar (caiu), após denúncia feita pelo youtuber Felca, que acusou o influenciador de expor adolescentes a conteúdos inadequados e de envolvimento em um esquema de benefícios em troca da emancipação desses jovens.
De acordo com o promotor João Arlindo Corrêa, responsável pelo caso, há indícios de que Hytalo custeava despesas dos familiares, mas a ligação direta entre esses benefícios e a emancipação dos adolescentes ainda é objeto de investigação. Cerca de 17 menores participam dos vídeos, a maioria emancipados, conforme depoimentos colhidos pelo MP.
A investigação também mira os responsáveis pelos adolescentes, que podem responder por omissão na proteção dos jovens, caso fique comprovada a exposição indevida e os danos causados.
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Além disso, o Ministério Público da Paraíba, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Civil solicitaram à Loteria do Estado da Paraíba (Lotep) a suspensão das atividades da empresa de rifas e sorteios gerenciada por Hytalo Santos, devido ao uso irregular da imagem de menores para promoção comercial.
O perfil de sorteios do influenciador, que conta com quase 2 milhões de seguidores, segue ativo no Instagram, mas a última publicação foi há cerca de dois meses.
Os órgãos pedem que a Lotep suspenda a licença da empresa no prazo de 48 horas, até que as irregularidades sejam comprovadamente cessadas, sob risco de medidas legais.
A denúncia de Felca expôs ainda cenas de adolescentes, alguns com menos de 18 anos, em vídeos que apresentam conteúdos de teor sexual e de relacionamento, levantando questionamentos sobre os riscos psicológicos, o trabalho infantil e a violação de direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Em suas redes, Hytalo costuma mostrar jovens em situações que misturam “danças sensuais”, “namoros” e discussões sobre relações pessoais, além de perguntas de cunho íntimo, o que tem alimentado o debate sobre os limites éticos da produção de conteúdo envolvendo menores.