João Pessoa ºC
Campina Grande ºC
Patos 29.62ºC
IBOVESPA 133381.58
Euro 6.47668
Dólar 5.5771
Peso 0.00433964
Yuan 0.77700378
MPF ajuíza ações de improbidade contra esquema de corrupção na Prefeitura de Patos
18/07/2025 / 18:16
Compartilhe:
Desvios de recursos em obras das Alças Sudeste e Sudoeste chegam a mais de R$ 940 mil – Foto: Divulgação

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou três ações de improbidade administrativa como desdobramento da Operação Outside, que investiga um esquema de corrupção e irregularidades na Prefeitura de Patos, no Sertão da Paraíba. As ações envolvem fraudes em licitação, pagamento de propina e superfaturamento em obras financiadas com recursos federais.

As irregularidades foram identificadas em um contrato de R$ 4,2 milhões para a restauração das avenidas da Alça Sudeste e da Avenida Manoel Mota (Alça Sudoeste). A obra que está em andamento é financiada por meio de um convênio entre o Ministério do Desenvolvimento Regional, Caixa Econômica Federal e a Prefeitura de Patos.

Na primeira ação, o MPF aponta que a licitação foi fraudada para beneficiar uma empresa específica. Entre os envolvidos estão servidores municipais, empresários e a presidente da Comissão Permanente de Licitação, que já havia atuado como representante da empresa em anos anteriores. A investigação revelou também o pagamento de propina, apelidada de “cheiro”, e a cooptação de um engenheiro da prefeitura para favorecer a empresa com alterações no projeto e no orçamento.

A segunda ação trata do pagamento regular de propina a uma ex-coordenadora do Núcleo de Convênios da prefeitura, em troca de apoio e informações sigilosas repassadas à empresa vencedora. Ao todo, foram 18 repasses que somam R$ 9 mil, realizados de forma a evitar rastreamento bancário.

Na terceira ação, foi identificado um superfaturamento na execução da obra, com acréscimos contratuais injustificados, uso de materiais de qualidade inferior e serviços não executados. Um dos engenheiros responsáveis teria atuado simultaneamente para a prefeitura e a empresa beneficiada, facilitando o desvio de recursos. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 949 mil, valor que pode ser ampliado após perícia complementar.

O MPF pede a responsabilização civil dos envolvidos, com aplicação de sanções como perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por até 12 anos, multa, devolução dos valores desviados e proibição de contratar com o poder público.

+ Receba as notícias do F5 Online no WhatsApp