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Mulher que perdeu filho e útero no Isea morre após AVC; prefeitura aponta possíveis doenças pré-existentes
26/03/2025 / 14:46
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Isea, maternidade em Campina Grande. (Foto: Sintab/Divulgação)

Maria Danielle Cristina Morais Sousa, de 38 anos, faleceu na tarde desta terça-feira (25) após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico. A mulher, que recentemente havia perdido o filho durante o parto e passado por uma remoção de útero no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), em Campina Grande, chegou a ser socorrida, mas não resistiu.

Segundo seu marido, Jorge Elô, Danielle acordou bem na manhã do dia 25, mas, ao se sentar na cama, sentiu uma forte dor de cabeça e caiu no chão. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, e ela foi levada ao Hospital Pedro I. Apesar dos esforços da equipe médica, o óbito foi confirmado à tarde.

Diante da morte da paciente, a Polícia Civil solicitou a exumação do corpo para exames complementares, a fim de esclarecer se há relação entre o AVC e os procedimentos obstétricos anteriores. Testemunhas serão ouvidas nos próximos dias para avançar na investigação.

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Prefeitura afirma que morte não tem relação com complicações no parto

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (26), a Secretaria de Saúde de Campina Grande afirmou que a morte de Danielle não estaria diretamente ligada às complicações obstétricas que enfrentou na Maternidade Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea).

O prefeito Bruno Cunha Lima destacou que a paciente possuía um histórico de saúde complexo, incluindo abortos espontâneos, gestações de alto risco, trombose arterial e ruptura uterina. Ele também mencionou que Danielle já estava sendo acompanhada por uma geneticista devido à suspeita de uma condição genética pré-existente.

A administração municipal comunicou o caso ao Ministério Público da Paraíba (MPPB), que acompanhará as investigações para garantir transparência nos procedimentos administrativos e no inquérito policial. O prefeito também afirmou que, caso seja constatada negligência, os responsáveis serão devidamente punidos.

O diretor do Hospital Municipal Pedro I, Marcos Wagner, afirmou que, embora um evento obstétrico grave possa, em alguns casos, estar associado a um problema neurológico, não há uma comprovação direta de que a cirurgia de Danielle tenha causado o AVC.

“Não é comum na medicina um paciente, independente da parte obstétrica, do ponto de vista cirúrgico ou clínico, ter um AVC hemorrágico desse jeito. Até porque a grande e principal causa do AVC hemorrágico é um aneurisma. Não tem sentido considerar as principais causas de um AVC hemorrágico ter relação inicial ou causar, a princípio, o que aconteceu no Isea”, disse.

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Investigações continuam

A Polícia Civil segue com as diligências para esclarecer o caso. O delegado Rafael Pedrosa informou que o depoimento de Danielle seria crucial para a apuração dos fatos, mas, devido às suas internações e agora seu falecimento, as investigações dependerão da análise médica e dos depoimentos de familiares e profissionais envolvidos em seu atendimento.

A Secretaria de Saúde de Campina Grande divulgou uma nota lamentando a morte da paciente e informou que ela havia recebido alta recentemente, no domingo (23), após apresentar boa recuperação de uma segunda cirurgia realizada no Hospital Doutor Edgley.

O velório de Maria Danielle acontece nesta quarta-feira (26) na central de velórios A Viagem, e o sepultamento será às 16h no Campo Santo Parque da Paz.