A CNN Brasil reuniu, nesta quarta-feira (3), dois deputados federais paraibanos de lados políticos opostos para comentar a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, que investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Escolhido um dos vice-líderes da oposição na Câmara, o deputado Cabo Gilberto (PL-PB) chamou de “perseguição política” a operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes dentro do inquérito das milícias digitais que tramita no Supremo Tribunal Federal. Criticou ainda o que taxou de “ativismo judicial”.
“Não tem motivos para prender o presidente Bolsonaro, aí acham qualquer coisa, é lamentável a situação que a insegurança jurídica se tornou nesse país, com decisões totalmente parciais a favor de um lado político, o que a justiça não pode agir dessa forma. Não estamos generalizando a Justiça e sim alguns membros da suprema corte que agem com total ativismo político”, disse Cabo Gilberto.
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou como “muito graves” as acusações que pesam contra o ex-presidente e lembrou que as condutas apuradas, se confirmadas pelas investigações, podem configurar crimes como associação criminosa, infração de medida sanitária preventiva, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores. Ele defendeu que este seria um caso para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). “Já vamos coletar assinaturas a partir do dia de hoje”.
“Acho que hoje é um dia que mostra que o governo federal cometeu vários crimes, e volto a dizer, a prisão do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa é uma dor de cabeça pro Bolsonaro. Era seu ajudante de ordens, o faz tudo, e tá envolvido com vários outros crimes”, afirmou Lindbergh Farias.