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Novo acordo com a Pfizer pode garantir entrega de 35 milhões de doses em outubro, diz Queiroga
03/05/2021 / 16:41
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (3) que o novo acordo discutido pela pasta junto à Pfizer para obter mais 100 milhões de doses de vacinas contra a Covid “está na iminência de ser fechado”.

Segundo o ministro, deste total, 35 milhões de doses podem estar disponíveis em outubro.
“Temos um contrato com a Pfizer na iminência de ser fechado de 100 milhões de doses de vacinas. O Brasil terá à disposição 200 milhões de doses da Pfizer, o que equivale a imunizar metade de população e, ainda neste ano, porque esse segundo contrato prevê para o mês de outubro já 35 milhões de doses”, afirmou.

Atualmente, o governo já tem um contrato que prevê 100 milhões de doses pela farmacêutica. O primeiro acordo foi assinado em março, após meses de discussões e negativas de propostas anteriores feitas pela empresa.

A declaração sobre o novo acordo ocorreu durante um evento na Fiesp, em São Paulo, para discutir propostas para a área da saúde.

No encontro, com participação de empresários do setor, Queiroga voltou a reforçar a meta de vacinar toda a população ainda em 2021, mas frisou dificuldades atuais.

“Estamos muito entusiasmados com a perspectiva de vacinar a população até o final do ano. Isso é totalmente plausível. Temos 38 mil salas de vacinação e a capacidade é de vacinar 2,3 milhões de brasileiros por dia. Não estamos fazendo isso ainda porque não temos vacina”, afirmou, citando que a previsão é que haja mais doses com o novo contrato e aumento na produção da Fiocruz no terceiro trimestre.

Ele rebateu críticas sobre a falta de doses da Coronavac, o que já leva ao menos nove capitais a suspenderem a aplicação da segunda dose desta vacina em campanhas de imunização.

“Desde sexta [quarta] até hoje, foram distribuídas 17 milhões de doses de vacinas. Isso mostra o trabalho que o governo tem feito para acelerar a campanha de vacinação. Pena que essa ação seja relativizada em função de um eventual atraso de imunizante”, disse.

“[O atraso] não ocorre pelo Butantan, mas por atraso na chegada de IFA [insumo usado na fabricação]. Não é por problema diplomático, mas até, às vezes, por questões administrativas e logísticas próprias da China. Essa insistência em relativizar as ações do nosso SUS não ajuda em nada”, afirmou.

Ao comentar outros temas na saúde, Queiroga disse, sem entrar em detalhes, que o governo pretende colocar em consulta pública novas propostas para a saúde suplementar. Ele fez críticas ao reajuste aplicado por parte dos planos de saúde na pandemia.

“Não é função do Ministério da Saúde intervir em política de preço. Não quero e não é minha função, mas também não podemos achar que é normal determinadas seguradoras, num contexto pandêmico, querendo reajustar plano de saúde em 30%”, disse.

Ele sugeriu que o setor seja envolvido em discussões sobre vacinas. “Por que não discutir vacina na saúde suplementar? Será que vacinando não evita internação, e diminui custos?”, questionou.

Ainda no evento, o ministro defendeu o que chamou de “reforma do SUS” após a pandemia. “Temos que sair dessa situação com a certeza de que temos que reformar o SUS. Esses hospitais com menos de 50 leitos não têm eficiência nenhuma na assistência”, disse ele, que também defendeu o aumento na participação da enfermagem na atenção primária e oferta de recursos de telemedicina.

Queiroga também admitiu que a pasta terá dificuldades com o Orçamento deste ano, mas disse que o tema tem sido tratado com o Ministério da Economia. “O Orçamento é insuficiente para encobrir todas as nossas necessidades, mas o ministro Paulo Guedes me disse que fará modificações para que não falte dinheiro para a saúde.”