O Ministério da Saúde anunciou a incorporação do implante subdérmico contraceptivo de etonogestrel, mais conhecido como Implanon, à lista de métodos oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com eficácia superior a 99% e duração de até três anos, é considerado um dos mais modernos contraceptivos da atualidade e poderá beneficiar, especialmente, mulheres em situação de vulnerabilidade social.
Para o ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana, Dr. Guilherme Carvalho (CRM 7011-PB), a medida é um importante avanço na democratização do acesso ao planejamento reprodutivo. “O Implanon já é utilizado há muitos anos em clínicas privadas com resultados muito positivos. O fato de estar disponível agora na rede pública amplia o leque de opções seguras e eficazes para mulheres que, muitas vezes, não conseguem custear métodos de longa duração”, explica o médico.
O dispositivo, que pode custar entre R$ 2 mil e R$4 mil na rede particular, será adquirido com recursos federais. A expectativa do Ministério da Saúde é distribuir 1,8 milhão de unidades até 2026, sendo 500 mil ainda este ano, com investimento estimado em R$245 milhões. Segundo Dr. Guilherme, o Implanon se diferencia de outros métodos por sua praticidade e alta adesão. “Ele é inserido sob a pele do braço da paciente, com aplicação rápida e praticamente indolor. Uma vez implantado, não exige manutenção ou controle diário, o que reduz falhas comuns em métodos como a pílula, que depende da disciplina da usuária”, afirma.
Outro aspecto importante do acesso ao Implanon é a redução da mortalidade materna. “O planejamento reprodutivo é um pilar da saúde feminina. Quando uma mulher pode escolher se e quando quer engravidar, ela tem mais chances de vivenciar uma gestação saudável e segura. Isso contribui diretamente para a diminuição de riscos obstétricos, especialmente em populações mais vulneráveis”, avalia o especialista.
De acordo com o Ministério da Saúde, a oferta do Implanon no SUS deverá começar no segundo semestre de 2025. A portaria oficializando a decisão será publicada em breve, e os profissionais de saúde passarão por capacitação para inserção e remoção do implante. O procedimento poderá ser realizado por médicas(os) e enfermeiras(os) devidamente habilitados.
A nova política está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que preveem, entre outras metas, a redução da mortalidade materna em 25% até 2027 e em 50%, no caso das mulheres negras. Dr. Guilherme reforça que o método é seguro e reversível. “Caso a paciente deseje engravidar antes dos três anos, basta retirar o implante e a fertilidade é retomada rapidamente. É uma excelente escolha para quem busca autonomia e segurança”, conclui.
Atualmente, o SUS oferece métodos como preservativos, DIU de cobre, anticoncepcionais orais e injetáveis, laqueadura e vasectomia. A chegada do Implanon representa a ampliação de uma política pública baseada em evidências e centrada no direito à escolha.