João Pessoa 28.13ºC
Campina Grande 28.9ºC
Patos 31.9ºC
IBOVESPA 122102.15
Euro 6.3412
Dólar 6.085
Peso 0.006
Yuan 0.8344
OAB entra com ação contra governo Bolsonaro por desmonte da Lei Rouanet
12/05/2021 / 14:22
Compartilhe:

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A OAB Nacional ingressou nesta terça (11) com uma ação civil pública contra a União sob o argumento de que o governo promove um desmonte da cena do cultural do país.

Protocolado na 1ª Vara Federal de Brasília, o pedido se concentra na Lei Rouanet, listando uma série de atos de servidores federais nos últimos meses que vêm causando o que a entidade considera como um desmantelamento do principal mecanismo federal de incentivo às artes do país.

A ideia da ação é “desobstruir o processamento da lei”, de acordo com uma mensagem distribuída num grupo de WhatsApp por Ricardo Bacelar, presidente da Comissão de Arte e Cultura da OAB Nacional.

“Como vocês todos sabem, são muitas ilegalidades perpetradas com o objetivo de paralisar o sistema de fomento da cultura, impulsionadas por uma guerra ideológica extremista”, acrescenta ele na mensagem.

Bacelar pede ainda que os dirigentes de entidades culturais ingressem no processo para ampliar a representatividade da demanda -uma ferramenta no direito conhecida como “amicus curiae”, ou amigo da corte- e que a classe artística acompanhe o desenrolar legal de perto.

Em sua argumentação, a ação lista, por exemplo, a não publicação do edital para selecionar os novos membros da Cnic, uma comissão da sociedade civil que analisa os projetos inscritos na lei para captação de recursos e que está atualmente suspensa. A paralisação do colegiado deixou nas mãos de um ex-PM aliado a Bolsonaro, o secretário de fomento André Porciúncula, a avaliação das propostas.

Cita também a reprovação do projeto do plano anual do Instituto Vladimir Herzog, que pela primeira vez em dez anos foi rejeitado, e o fato de a Secretaria Especial da Cultura ter publicado uma portaria dando prioridade à aprovação de propostas culturais ligadas ao patrimônio e a atividades museológicas.

Por fim, afirma que as lives cristãs das quais participaram o secretário especial da Cultura, Mario Frias, e o de fomento, Poricúncula, demonstram “nítido direcionamento na aprovação de projetos”.

A comissão da OAB pede ainda tutela provisória de urgência, uma ferramenta que, em linhas gerais, significa o destravamento dessas medidas o quanto antes.

Também cobra eficiência e produtividade dos órgãos públicos federais ligados à cultura, citando especificamente a Secretaria Especial da Cultura e suas entidades vinculadas, entre as quais se incluem a Funarte, Fundação Nacional de Artes, e a Fundação Biblioteca Nacional.

A ação civil pública é um mecanismo jurídico que visa defender direitos coletivos da sociedade.