1 – Conflito Israel x Hamas

Menino palestino procura itens recuperáveis entre os escombros de um prédio destruído após os ataques aéreos israelenses noturnos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 9 de outubro de 2023 – Foto: GETTY IMAGES

Em 7 de outubro de 2023, comandos do Hamas perpetraram um ataque contra civis em território israelense que deixou mais de 1,2 mil mortos e em torno de 240 sequestrados, dos quais 132 continuam retidos como reféns em Gaza.

Desde o ataque, que provocou uma dura resposta de Israel na forma de bombardeios e incursões militares na Faixa, cerca de 1,9 milhão de palestinos foram obrigados a deixar suas casas, segundo a ONU.

O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, contabiliza 20.915 palestinos mortos após mais de 11 semanas de combates.

Segundo o Hamas, considerado organização terrorista pelos governos de Israel, do Reino Unido e de alguns outros países, as ações são uma tentativa de atrair a atenção da comunidade internacional para a situação do povo palestino. Ao assumir a ofensiva, o grupo afirmou que seria para o início de uma ação para a tomada de território.

Hamas vem travado diversos conflitos com Israel desde que assumiu o poder. O grupo palestino governa a Faixa de Gaza desde 2007 – Foto: REUTERS

O que a história diz…

Analistas internacionais e pesquisas de opinião pública já vinham sinalizando que uma resposta violenta às agressões israelenses estava se desenhando. O ataque surge no contexto de uma série de ações agressivamente provocativas por parte do governo israelense nos últimos meses, além de 75 anos de ocupação, e 16 anos de embargo apertado da Gaza.

A palavra “Hamas” é um acrônimo para “Harakat Al-Muqawama Al-Islamiyya”, que em tradução livre significa “Movimento de Resistência Islâmica”.

Conflitos entre Hamas e Israel não parecem estar perto do fim, ao menos por enquanto – Foto: REUTERS

2 – Desdobramentos da guerra na Ucrânia e o que esperar

Creche pegou fogo após ataque de drones contra Kiev, em 25 de novembro de 2023 – Crédito: REUTERS/Valentyn Ogirenko

Rússia e a Ucrânia estão em guerra desde 24 de fevereiro de 2022 após tropas de Moscou invadirem o país vizinho.

Em maio desse ano, Moscou reivindicou a captura da cidade de Bakhmut, ao final da batalha mais longa e sangrenta desde o início da invasão russa.

No início de junho, Kiev lançou uma contraofensiva há muito tempo aguardada pelos seus aliados ocidentais, para tentar recuperar os territórios ocupados por Moscou, mas esbarrou em uma sólida defesa russa, o que provocou decepção entre as potências ocidentais aliadas da Ucrânia.

Apesar dos bilhões em ajuda militar ocidental, o Exército ucraniano só conseguiu recuperar algumas cidades no sul e no leste.

Quase dois anos depois do início, a tensão na região continua e os governantes dão pistas sobre os desdobramentos do conflito em 2024 através de declarações recentes.

Volodymyr Zelensky atribuiu o fracasso da contraofensiva à falta de munições e de superioridade aérea. “Precisamos de apoio, porque simplesmente não temos munições”.

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante Assembleia da ONU, em setembro de 2023 – Crédito: Caitlin Ochs/Reuters

Segundo o presidente ucraniano, “um milhão de drones” é o objetivo para amenizar a falta de munições no próximo ano. Neste ano, o país utilizou drones feitos pela australiana Sypaq que foram descritos como um sistema que “pode transportar uma variedade de cargas úteis para atender a diferentes requisitos operacionais”.

Ele disse acreditar que a ajuda continuará sendo enviada, especialmente dos EUA. Afirmou que acredita que o país “não trairá” a Ucrânia, mas, no entanto, disse temer uma guinada em Washington caso Donald Trump retorne à presidência após as eleições de novembro de 2024.

Reportagem publicada pela BBC em dezembro revela como fake news têm minado o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia.

Vista aérea de Bakhmut, na Ucrânia, em 21 de maio de 2023 – Imagem: Ukrainian Armed Forces/Reuters

Mesmo sendo falsa, a história chegou até membros do Congresso americano e seus líderes afirmam que todas as decisões sobre novos auxílios à Ucrânia serão postergadas para o ano que vem. Alguns congressistas se opõem veementemente a oferecer mais assistência.

Regime de Vladimir Putin nega acusações de que cometeu crimes de guerra na Ucrânia – Foto: Reuters

Vladimir Putin, por outro lado, afirmou durante discurso de fim de ano feito para a imprensa que seus objetivos na Ucrânia (desnazificação, desmilitarização e um status neutro) permanecerão os mesmos e que não haverá paz até que sejam alcançados.

Ele também exigiu que a Ucrânia permanecesse neutra e não e não aderisse à aliança da OTAN.

3 – Javier Milei novo presidente da Argentina

Ultraliberal e anarcocapitalista, economista Javier Milei se tornou novo presidente da Argentina após vencer eleições em novembro – Foto: EPA

O economista ultraliberal Javier Milei, 53, assumiu a presidência da Argentina em 10 de dezembro após vencer com folga em 19 de novembro o centrista peronista Sergio Massa, no momento em que a terceira maior economia da América Latina sofre em inflação recorde, com cerca de 50% da população do país vivendo na pobreza.

Privatizações, cortes com “motosserra” nos gastos públicos, dolarização, supressão do Banco Central e a redução do papel do Estado na sociedade são alguns dos tópicos presentes na agendo do novo presidente. Durante a campanha, Milei também levantou ideias controversas como a desregulamentação da venda de armas ou uma “solução de mercado” para a doação de órgãos.

Economista libertário que irrompeu na política argentina há apenas dois anos com um discurso antissistema, Javier tem como desafio governar sem maioria um país em crise que ele prometeu refundar e o fato de Argentina atravessar um dos seus piores momentos econômicos e sociais desde que recuperou a democracia há 40 anos é um fator-chave que explica por que a mensagem de Milei contra a “casta política” atraiu tantos eleitores.

Javier Milei: outsider de direta radical da Argentina é considerado um populista – Foto: GETTY IMAGES

Para advogados constitucionalistas ouvidos pelo jornal argentino La Nacion, o DNU não atende aos requisitos da Constituição Nacional argentina. Conforme a Constituição, o DNU só pode ser utilizado em “circunstâncias excepcionais” em que o Congresso não consiga seguir os “procedimentos ordinários” para a promulgação de leis.

4 – Titanic 2? Implosão de submarino mata bilionários no fundo do Atlântico

Titan: submarino da OceanGate que implodiu no oceano Atlântico Norte – Crédito: Ocean Gate / Handout/Anadolu Agency/Getty Images

Parece roteiro original de filme de Hollywood, a não ser pela história ser totalmente verdadeira. Durante quatro dias, em junho de 2023, milhões de pessoas acompanharam na mídia as buscas pelo submarino Titan, da empresa OceanGate, que terminaram encontrando destroços dentro do perímetro por onde a embarcação navegava em uma expedição ao Titanic, que fica no meio do Oceano Atlântico e 3.800 metros abaixo da superfície.

Seis meses depois da tragédia, OceanGate não foi judicialmente responsabilizada e o caso, cuja principal investigação é conduzida pela Guarda Costeira dos EUA, segue em andamento e terminará o ano sem conclusão.

A empresa cobrava US$ 250 mil (cerca de R$ 1,19 milhão) de cada passageiro. Eram cinco no total, e um deles era responsável por conduzir o submarino, que era guiado apenas por um joystick semelhante um controle de videogame.

O submarino, de 7 metros de comprimento, 2,5 metros de altura e 2,5 metros de largura, movia-se a uma velocidade de 5,5 km/h, impulsionado por quatro propulsores. A viagem duraria cerca de quatro horas, a partir do lançamento do submarino no oceano a partir de um navio que levou os passageiros até a altura do Titanic, a mais de 600 km da costa do Canadá.

Milionários morrem em tragédia do submarino Titan – Fotos: Reprodução

Na expedição do Titan estavam a bordo o diretor-executivo da OceanGate, Stockton Rush, piloto do submarino; o empresário paquistanês Shahzada Dawood; Suleman Dawood, que é filho de Shahzada; o bilionário e explorador britânico Hamish Harding e o ex-comandante da Marinha Francesa Paul-Henry Nargeolet, especialista no naufrágio do Titanic.

Parte da estrutura do submarino Titan chegando a porto no Canadá, em 28 de junho de 2023 – Foto: Paul Daly/The Canadian Press via APA

O Titan desapareceu em 18 de junho, pouco mais de uma hora depois de submergir no oceano atlântico.

A localização dos primeiros destroços ocorreu na quinta-feira (22), cerca de cinco horas depois de esgotar o prazo máximo de duração de oxigênio dentro do submarino estimado pela Guarda Costeira a partir de cálculos que levavam em conta o horário de início da viagem, em 18 de junho.

Um dos principais complicadores para o avanço das investigações é que o CEO da OceanGate, norte-americano Stockton Rush, estava a bordo da embarcação, com os outros passageiros. Os cinco morreram na hora, segundo a principal linha de investigação.

5 – OMS declara fim da emergência de saúde pública de importância internacional referente à covid-19

Profissionais da saúde atendem paciente no Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília – Foto: Sérgio Lima/Poder 360

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na sexta-feira, 5 de maio de 2023, em Genebra, na Suíça, o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à covid-19.

A decisão foi tomada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, após receber a recomendação do comitê de emergência encarregado de analisar periodicamente o cenário da doença.

Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) disse que “não devemos baixar a guarda, precisamos continuar vacinando os grupos vulneráveis e fortalecendo a vigilância. Também é hora de nos concentrarmos em nos preparar melhor para futuras emergências e reconstruir melhor para um futuro mais saudável e sustentável”.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A OMS decretou em 30 de janeiro de 2020 a covid-19 como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), o mais alto nível de alerta da organização, conforme previsto no regulamento sanitário internacional. Foram levados em conta vários aspectos epidemiológicos, incluindo o potencial de transmissão, a população suscetível, a severidade da doença, a capacidade de impactar viagens internacionais, entre outros fatores específicos.

No dia 11 de março de 2020, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que a covid-19 estava caracterizada como uma pandemia.

Pelas estimativas da OMS, desde 2020, a doença matou mais de 7 milhões de pessoas em todo o mundo, um número que pode ser ainda mais alto.

6 – Objetos voadores no céu de vários países

Marinheiros do Grupo 2 de Eliminação de Munições Explosivas recuperam destroços do misterioso balão chinês que foi derrubado pelos Estados Unidos na costa de Myrtle Beach, Carolina do Sul – Foto: U.S. Fleet Forces/U.S. Navy via Reuters

Em fevereiro de 2023, uma série de “objetos voadores” foi vista nos Estados Unidos, no Canadá, na Colômbia e na China. Parte deles foi derrubada na América do Norte.

Também foram vistas luzes no céu do Uruguai.

Quatro desses objetos voadores incomuns foram avistados e derrubados por caças dos Estados Unidos. Nos quatro casos, houve violação de espaço aéreo dos EUA e do Canadá.

Foram abatidos um balão chinês supostamente usado para espionagem, um objeto do tamanho de um carro enquanto voava sobre o Alasca, um objeto cilíndrico no Canadá e um objeto em forma octagonal em um lago na fronteira entre EUA e Canadá.

Balão voa no céu sobre Billings, Montana – Crédito: Chase Doak via REUTERS

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que o balão só captura informações sobre o clima e que a queda foi “uma clara reação exagerada” e “uma grave violação da prática internacional”.

Posteriormente, a Casa Branca apontou que não havia qualquer indício de relação dos casos com atividade de extraterrestes, como fora suscitado em discussão nas redes.

7 – Terremotos causam temor e destruição

Escombros de prédios que desabaram em Kahramanmaras, após terremoto na Turquia / 06/02/2023Ihlas News Agency (IHA) via REUTERS

Na madrugada de 6 de fevereiro, o sudeste da Turquia e parte da Síria foram devastados por um dos terremotos mais mortais dos últimos 100 anos.

O tremor, de magnitude 7,8, seguido por outro nove horas depois, deixou pelo menos 56 mil mortos, quase 6 mil deles no lado sírio.

As imagens da catástrofe correram o mundo: um pai segurando a mão da filha de 15 anos, soterrada nos escombros na Turquia, ou um recém-nascido salvo milagrosamente na Síria, com o cordão umbilical ainda ligado à falecida mãe.

Em 8 de setembro, outro terremoto mortal foi registrado no Marrocos. Às 23h11 (19h11 no horário de Brasília), um violento terremoto sacudiu a região de Marrakech.

Com uma magnitude estimada entre 6,8 e 7, o tremor foi o mais forte já registrado neste país e deixou quase 3.000 mortos e mais de 5.600 feridos.

O abalo danificou cerca de 60 mil casas em quase 3 mil aldeias do Alto Atlas e arredores, algumas das quais são de acesso muito difícil.

8 – As incríveis imagens do telescópio James Webb

O ano de 2023 também foi repleto de belas, fascinantes e misteriosas imagens divulgadas pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa). Atualmente, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) é considerado o maior e mais poderoso já lançado no espaço. Com ele, pesquisadores têm sido capazes de registrar as origens do universo e capturar detalhes nunca antes vistos:

NGC 346, uma região de formação de estrelas localizada na galáxia anã conhecida como Pequena Nuvem de Magalhães (SMC), a cerca de sete mil anos-luz de distância – Nasa/Divulgação

nuvem Chameleon I, ocalizada em uma das regiões mais frias do Universo, a aproximadamente 630 anos-luz de distância – Nasa/Divulgação

Galáxia espiral barrada conhecida como NGC 7496, localizada a aproximadamente 24 milhões de anos-luz de distância – Nasa/Divulgação

A estrela WR 124 na constelação de Sagitta, localizada a cerca de 15 mil anos-luz de distância — o raro objeto estelar é de uma classe conhecida como estrelas Wolf-Rayet – Divulgação/Nasa

Região conhecida como Orion Bar (“Barra de Órion”, em português), localizada na Nebulosa de Órion, a cerca de 1.350 anos-luz de distância da Terra – Divulgação/Nasa

A Nebulosa do Anel (M57 ou NGC 6720) é uma das nebulosas mais estudadas pela NASA e outras agências espaciais – Nasa/Divulgação