A sede da Organização Não Governamental Aliança Bayeux Franco Brasileira foi palco ontem do lançamento de uma importante pesquisa socioassistencial. A iniciativa, coordenada pela presidente Célia Domiciano, em parceria com uma equipe multiprofissional de alto nível da Universidade Federal da Paraíba, visa mapear a realidade de crianças, adolescentes, mulheres em situação de violência doméstica e a comunidade LGBTQIAPN+ no 3º município mais populoso do estado.
“O objetivo deste trabalho é possibilitar um diagnóstico social e propor a criação de políticas públicas para a gestão municipal, mas também apontar o retrato da realidade desses grupos que vivem essa situação de vulnerabilidade social”, afirmou a professora Marlene França, que está à frente da equipe formada por profissionais de alto gabarito, outros professores da universidade, assistentes sociais, psicólogos e advogados, além de um grupo de estudantes que realizará a pesquisa de campo.
Por sua vez, a presidente da ABFB, Célia Domiciano expressou a satisfação com o projeto e a importância da pesquisa para a comunidade: “Estamos muito felizes com essa possibilidade, que foi uma luta iniciada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente há muito tempo. Com a emenda que recebemos do senador Efraim Filho, pensamos em realizar o diagnóstico para subsidiar projetos tanto da gestão pública quanto de organizações da sociedade civil, com dados reais e coletados de forma segura”.
O Juiz da Infância e Juventude de Bayeux, Antônio Rudimar Firmino de Souza comentou sobre a contribuição da Vara para a pesquisa, ressaltando que as questões de segurança pública são de responsabilidade de toda a sociedade, além de ser um direito e dever do Estado: “A violência na cidade passa pelo assassinato de jovens na periferia, as drogas e as facções que estão se espalhando por todo o Brasil. Estamos reprimindo essa violência, principalmente contra os jovens, o tráfico de drogas, que é o maior problema de Bayeux hoje”.
Segundo a promotora de justiça substituta da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Bayeux, Ana Maria França, foi um marco para o município. Ela lembrou que desde 2021 a promotora titular instaurou um procedimento para que fosse realizado esse diagnóstico situacional das crianças em situação de vulnerabilidade ou de violência para que a partir desse estudo sejam melhores destinados e direcionados os destinos do Fundo da Infância e Adolescência (FIA), para que as políticas públicas sejam efetivas e alcancem quem realmente precisa.
“Estar saindo do papel nos deixa muito felizes, com a sensação de que o nosso trabalho, o nosso esforço está valendo e que num futuro breve, nos próximos 10 anos, Bayeux tenha uma outra história, de uma cidade que cresce, avança e respeita a criança e ao adolescente”, concluiu.
O Conselho Municipal de Educação de Bayeux também participará da pesquisa com o intuito de melhorar a educação no município, observando os pontos de maior deficiência, principalmente para a população em vulnerabilidade social. Segundo a presidente Bethânia Paredes, a entidade está aguardando os dados oficiais do MEC, mas já sabe que o abandono escolar no ensino médio chega a 30% e que nesse sentido, a qualidade da merenda escolar influencia bastante na permanência dos alunos em sala de aula.
Carlos Antônio dos Santos, vice-presidente do CMDCA valorizou a oportunidade de Bayeux ganhar um diagnóstico contundente para saber a verdadeira situação da cidade. “Precisou uma instituição como a Aliança Bayeux para tomar essa iniciativa, pois sabe da importância que isso representa para nossa cidade, principalmente para os mais vulneráveis”, pontuou.