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Governo Maduro cometeu crimes contra a humanidade na Venezuela, diz ONU
15/10/2024 / 13:54
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Protestos tomaram as ruas de Caracas e de outras cidades na Venezuela desde que os resultados oficiais das eleições foram anunciados no país – Getty Images

Um relatório da missão internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) na Venezuela divulgado nesta terça-feira (15) afirma que o regime de Nicolás Maduro cometeu crimes de lesa humanidade contra sua própria população.

Os crimes ocorreram principalmente por meio de perseguições políticas e na repressão a manifestações antes, durante e depois das eleições presidenciais da Venezuela, em julho deste ano, ainda de acordo com a ONU.

Segundo a missão da ONU, 25 pessoas foram assassinadas por arma de fogo durante protestos no período analisado, ao longo deste ano, o que constitui o crime contra a humanidade. Outras centenas ficaram feridas, e milhares foram detidas “simplesmente por exercer seu direito fundamental à liberdade de expressão”.

“As violações, cometidas com intenção discriminatória, constituem o crime de lesão humanitária de perseguição por motivos políticos em razão da identidade das vítimas”, diz o relatório da ONU.

O relatório documenta “diversas e crescentes violações cometidas pelo governo venezuelano, pelas forças de segurança e por grupos civis armados pró-governamentais antes, durante e depois das controvertidas eleições presidenciais de julho”.

Um relatório prévio da missão, publicado em setembro, já havia apontado que o regime de Maduro intensificou a repressão a opositores e manifestantes após as eleições.

A líder opositora María Corina Machado disse que a publicação do novo relatório, com a acusação de crimes de lesa humanidade, é “um elemento crucial para o isolamento cada vez maior do regime (de Nicolás Maduro), e a prova para que seja feita justiça internacional”.

“Hoje, damos mais um passo que nos aproxima da liberdade”, disse Corina.

O governo venezuelano ainda não havia se manifestado sobre as acusações até a última atualização desta reportagem.

A eleição na Venezuela ocorreu em 28 de julho, e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — a Justiça eleitoral do país — declarou Nicolás Maduro reeleito para um terceiro mandato. No entanto, o CNE nunca divulgou as atas eleitorais — espécies de boletins de urna, que registram o resultado em cada local de votação.

A oposição, que teve acesso às atas por meio de representantes que foram aos locais de votação, fez uma contagem própria e alega que seu candidato, Edmundo González, foi o mais votado. Uma contagem independente feita pela agência de notícias Associated Press, com base nas atas digitalizadas pela oposição em um site, também identificou que González venceu por uma diferença de 500 mil votos.

Desde então, a comunidade internacional tem cobrado que as autoridades venezuelanas apresentem as atas das urnas. O objetivo é garantir transparência aos dados eleitorais. A cobrança tem sido feita por países como o Brasil e os Estados Unidos, que ainda não reconheceram a vitória de Maduro.

Com informações do g1