Vinte e três pessoas foram presas em flagrante durante a Operação Cérbero, deflagrada nesta quarta-feira (1º) pela Polícia Civil da Paraíba em operação conjunta com Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e sistema penitenciário. São dezenas de mandados de prisão e busca e apreensão contra suspeitos por tráfico de drogas, homicídios, roubo, furto, receptação e ocultação de cadáver. Do total de 43 mandados de prisão expedidos, vinte pessoas já se encontravam presas. Armas e drogas também foram apreendidas.

A operação é realizada em diversas cidades como João Pessoa, Mamanguape, Jacaraú, Pedro Régis, Lagoa de Dentro, Guarabira e demais localidades no Brejo, Vale do Mamanguape, Grande João Pessoa e Sertão. Também estão sendo cumprindo mandados dentro de estabelecimentos prisionais.

Segundo o delegado Luciano Soares, da Seccional de Polícia Civil em Campina Grande, a operação teve início há oito meses, após mortes registradas no município de Jacaraú, no Litoral norte da Paraíba. Na mesma cidade, as forças de segurança descobriram um cemitério clandestino com restos mortais que seriam desses desaparecidos. Há ainda a suspeita de mais “cemitérios” em outras regiões.

Soares explicou que muitos suspeitos saíam de João Pessoa para cometer os crimes nessas cidades menores, numa tentativa de desviar a atenção da polícia.

O delegado Walter Brandão, que está a frente da operação, confirmou que os grupos criminosos são suspeitos ainda de torturarem mulheres ligadas às organizações. Os criminosos escolhiam datas especiais, como o 8 de março (Dia da Mulher) para realizar sessões de tortura nos chamados “tribunais do crime”. As penas eram aplicadas à pessoas que teriam adentrado em outras facções ou que estariam em dívida com o grupo criminoso em questão. No último dia 8 de março, algumas dessas jovens, por contrariarem os interesses destas organizações, sofreram tiros na própria mão.

De acordo com Luciano Soares, as provas são robustas e suficientes para levarem os investigados à condenações.