Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Recife (PE) e um em João Pessoa (PB), em endereços residenciais de investigados pelos crimes de fraude eletrônica e associação criminosa. Os alvos são suspeitos de se passarem por ministros do governo federal para aplicar golpes. Na capital paraibana, o mandado foi cumprido no bairro Valentina Figueiredo.
A operação “Alto Escalão” foi deflagrada por agentes da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) e, de acordo com as investigações, o grupo cooptava vítimas se passando por autoridades do primeiro Escalão do Poder Executivo do País, clonando perfis de Whatsapp, utilizando suas imagens, nomes e informações colhidas em fontes abertas. Em seguida, os criminosos entravam em contato com diretores e presidentes de órgãos públicos e privados para pedir ajuda, principalmente financeira, em determinadas situações.
“Geralmente com o pretexto de ajudar terceiras pessoas, os falsos ministros contatavam as vítimas e lhes pediam que realizassem transferências via PIX para alguma pessoa necessitada”, diz a Polícia Civil.
Em um dos casos, um suspeito se passou por um ministro e entrou em contato com o presidente de uma associação comercial sediada em São Paulo. Na conversa em que o golpe foi aplicado, o criminoso pediu que fosse feita uma transação financeira, que seria ressarcida em seguida.
Até o momento, os seguintes ministros foram alvos dos criminosos: Juscelino Filho (ministro das Comunicações), Camilo Santana (Educação), Renan Filho (ministro dos Transportes), Rui Costa (Casa Civil), Luiz Marinho (ministro do Trabalho) e Carlos Lupi (Previdência Social).
Após 6 meses de investigação, os policiais da 5ª DP, com o auxílio operacional das polícias civis de Pernambuco e da Paraíba, além de informações de gabinetes de alguns Ministros que tiveram suas imagens e nomes utilizados indevidamente, conseguiram identificar dez integrantes do grupo criminoso, todos residentes nos estados de Pernambuco e Paraíba.
A operação deflagrada hoje, de acordo com a polícia, visou a colheita de novas provas e informações para o aprofundamento da investigação. Os policiais ainda tentam identificar o número de vítimas enganadas e de autoridades públicas utilizadas pelo grupo criminoso, como também quantificar o total de lucro obtido com os crimes perpetrados e o destino dado a tais valores.