O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na última quarta-feira (30), que investigava suposta compra de votos nas eleições municipais de 2024 em Roraima. A operação, chamada “Caixa Preta”, cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos endereços nos estados de Roraima e Rio de Janeiro, incluindo a residência de Xaud e a sede da CBF. A PF também solicitou o bloqueio de R$ 10 milhões nas contas dos investigados.
A investigação teve início após a apreensão de R$ 500 mil em espécie com Renildo Lima, marido da deputada federal Helena Lima (MDB-RR), às vésperas das eleições de 2024. Parte do dinheiro estava escondida na cueca do empresário durante a abordagem policial. Xaud é suplente de Helena Lima e ambos pertencem ao mesmo partido e grupo político em Roraima.
Em nota, a CBF afirmou que a operação não tinha relação com a entidade ou com o futebol brasileiro e que o presidente não era o foco principal das investigações. A confederação também informou que nenhum item foi apreendido em sua sede durante as diligências.
No entanto, em 31 de julho de 2025, o desembargador e vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), Jésus Nascimento, suspendeu as investigações contra Samir Xaud. Segundo a decisão, não foram apresentados elementos concretos que associassem o presidente da CBF à prática de crime eleitoral. O magistrado também destacou a “grave constrangimento ilegal” na decretação da busca e apreensão e a “desproporcionalidade da medida” contra Xaud.
Em entrevista à ESPN, Samir Xaud afirmou estar “bem mais tranquilo” após a decisão do TRE-RR e sugeriu que a operação teve motivação política. Ele declarou: “Querem sempre se aproveitar”, referindo-se a possíveis interesses externos na operação.
A investigação continua em andamento, com a PF e o Ministério Público Eleitoral analisando os desdobramentos do caso.