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Os ‘vilões’ da luz: veja o que mais gasta energia e como economizar
30/01/2022 / 08:57
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Alguns eletrônicos e eletrodomésticos da sua casa consomem mais energia do que outros. Em 2021, houve um aumento de 20% na conta de luz, e uma tarifa adicional de R$ 14 passou a ser cobrada a cada 100 kWh (Quilowatt-hora, medida de energia) consumidos. Para economizar nos gastos, entender como os dispositivos que você mais usa funcionam pode fazer diferença no preço do boleto do fim do mês.

Aparelhos que transformam energia elétrica em calor, como geladeiras e chuveiros, são os que mais impactam na conta de luz. No entanto, sem uso consciente, até mesmo itens como computadores e videogames podem pesar no final do mês. Veja a seguir quais são os eletrônicos e eletrodomésticos que mais consomem energia na sua casa. Também conversamos com o coordenador do programa de energia e sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Clauber Leite, que deu dicas que vão te ajudar a economizar.

Geladeira
Essencial em nossas vidas, a geladeira ajuda a manter alimentos e bebidas em um bom estado de conservação. Para isso, ela retira o seu calor interno, transferindo-o para a região externa a ela. Esse processo de transformação é bastante custoso porque envolve a transformação de energia elétrica em calor, o que consome bastante luz.

Uma geladeira comum, sem ser frost-free, consome em média 93 kWh mensais – ou, de acordo com a calculadora da Enel, cerca de R$ 80 na conta de luz. Dependendo da potência dela e de suas outras características (como, por exemplo, o seu tipo de motor), é possível que esse valor seja maior ou menor. Além de suas especificidades, há ainda outros fatores que podem impactar esse nível de consumo.

Como as geladeiras trabalham para manter seu ambiente interior a temperaturas mais baixas, quando abrimos suas portas nós mudamos o seu equilíbrio interno. Isso ocorre por causa da troca direta de calor com o exterior.

Segundo o coordenador do programa de energia e sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Clauber Leite, quando em excesso, essa ação pode pesar na conta de luz. “Se você abrir e fechar [a geladeira] muitas vezes, mudando esses fatores internos de temperatura, o motor da geladeira vai acionar mais vezes e, consequentemente, vai consumir mais energia”, diz.

Por isso, de acordo com Clauber, o ideal é manter uma relação consciente com a geladeira, abrindo-a apenas quando necessário. Desse modo, para quem deseja economia, aquela clássica história de passar vários minutos com a porta aberta, apenas encarando o interior do eletrodoméstico, também deve ser deixada de lado.

Além disso, o especialista também atenta para as condições da geladeira. Isso porque, caso a borracha da porta esteja com problemas, o eletrodoméstico nunca fechará realmente – o que, consequentemente, causará um consumo ainda maior de luz. Desse modo, é importante prestar atenção ao estado em que estão as peças do aparelho.

Clauber Leite lembrou ainda do termostato, que deve ser ajustado de acordo com as condições climáticas de onde moramos. Assim, em dias mais frios, por exemplo, a geladeira pode funcionar a temperaturas mais altas – o que ajuda bastante na economia do final do mês.

Chuveiro elétrico
Seguindo a mesma lógica da geladeira, o chuveiro elétrico é outro “inimigo” da conta de luz. O motivo é simples: para aquecer a água, o aparelho também precisa converter energia em calor. Como o processo é custoso para o dispositivo, seu consumo energético acaba sendo alto também.

Chuveiros elétricos costumam ter potências mais altas do que geladeiras, mantendo-se na casa dos 3500W. Desse modo, se utilizado durante uma hora por dia ao longo do período de um mês, esse dispositivo pode gastar em média 105 kWh – ou seja, teria um impacto de cerca de R$ 90 na conta de luz. De acordo com a potência do chuveiro e com a temperatura utilizada, é possível que esse valor aumente ou diminua.

Segundo indicado pelo especialista Clauber Leite o ideal para manter a conta de luz a preços acessíveis é evitar banhos longos, que duram mais de 20 minutos. Isso porque, como explicado anteriormente, quanto mais prolongado for o período de uso, mais energia o dispositivo consome.

Além disso, de acordo com o especialista, como boa parte do consumo energético provém da conversão em calor, ajustar o termostato dos chuveiros elétricos já pode ajudar bastante na conta. Desse modo, em dias mais quentes, em que é possível tomar banhos mais frios, mantenha seu dispositivo funcionando em temperaturas mais baixas.

Ar-condicionado
Muito utilizado durante o verão, o ar-condicionado também pode pesar bastante na conta de luz. Como o chuveiro elétrico e a geladeira, esse dispositivo também pesa pelo seu funcionamento: para transformar o ar quente em gelado, precisa converter energia em calor.

O consumo energético do seu ar-condicionado vai depender da potência dele. Por isso é importante ficar de olho nos BTUs de cada modelo, já que eles indicam quanto de energia o aparelho precisará para funcionar.

Um ar-condicionado simples de 9.000 BTUs, por exemplo, costuma ter potência de 1000W. Caso seja utilizado por cinco horas diárias durante o período de um mês, esse dispositivo consumiria cerca de 105 kWh – ou seja, adicionaria à conta de luz por volta de R$ 90. Quando somado aos demais valores consumidos, essa quantia pode pesar.

Hoje em dia, há modelos de ar-condicionado com tecnologias que ajudam a manter um consumo mais equilibrado, como o Inverter e o Dual Inverter, por exemplo. Porque têm motor em funcionamento contínuo, essas versões conseguem condicionar o ar utilizando menos energia. Embora sejam uma opção interessante, que pode gerar economia de até 70%, aparelhos desse tipo costumam ser mais caros.

De acordo com Clauber Leite, o ideal, portanto, seria fazer um uso consciente desse dispositivo. Não deixá-lo ligado durante muitas horas por dia, por exemplo, já é uma maneira de evitar que seu consumo pese na conta de luz. Além disso, buscar no mercado opções mais econômicas no consumo energético também é uma alternativa interessante.

Eletrônicos e iluminação
Iluminação e dispositivos eletrônicos, como computadores, TVs e videogames, também podem ter impacto negativo na conta de luz. Isso porque, embora tenha consumo individual baixo, esse tipo de aparelho costuma ficar em stand by – ou seja, funcionando a todo momento. Desse modo, caso estejam presentes em grandes quantidades em uma residência, podem acabar consumindo bastante energia.

A potência de um computador varia de acordo com as capacidades internas de cada CPU. Desse modo, um PC mais potente, com placa de vídeo dedicada, por exemplo, tende a consumir mais energia.

Computadores costumam ter consumo energético maior do que laptops, mantendo a média de 300 W de potência. Se utilizado por oito horas diárias durante um mês, um PC com essas configurações pode gerar o custo de R$ 61 na conta de luz. Notebooks, por sua vez, porque têm potências menores (na casa dos 35 W) e utilizam baterias, gastam em média R$ 35 quando usados pelo mesmo período de tempo.

De acordo com Clauber Leite, é preciso tomar cuidado com esses dispositivos porque “embora o consumo individual [deles] não seja elevado, as nossas casas estão cada vez mais com aparelhos desse tipo”. Desse modo, “ele [o consumo] vai de pouquinho em pouquinho pesando na nossa conta”. Por isso, segundo o especialista, o ideal é manter desligados eletrônicos que não estejam em uso. Além disso, optar por modelos que sejam mais econômicos também é uma maneira interessante de evitar valores muito altos no final do mês.

Quanto à iluminação, a dica do especialista é simples: aproveitar a luz do Sol durante o dia e utilizar apenas lâmpadas que não esquentam (ou seja, que não sejam incandescentes). Isso porque esses modelos, pela maneira como funcionam, têm o gasto desnecessário de conversão de energia em calor. Por isso, opte por versões econômicas, como fluorescente, smart e de LED, por exemplo.

Máquina de lavar roupas
A máquina de lavar roupas, caso não seja usada de maneira consciente, também pode pesar bastante na sua conta de luz. Isso porque, além de converter energia elétrica em calor para aquecer a água, esse dispositivo realiza processos longos, que duram algum tempo.

Com potência média de 350W, uma máquina de lavar pode gerar um aumento de R$ 40 na conta de luz. Além disso, mais do que apenas consumir energia elétrica, esse dispositivo também consome água – o que, a longo prazo, acaba tendo impactos negativos no meio ambiente.

Por isso, de acordo com o especialista Clauber Leite, o recomendado é utilizar esses aparelhos em dias específicos. Desse modo, para uma boa economia de água e de luz, evite extrapolar o uso da máquina de lavar em duas vezes por semana.

Informações: TechTudo