WASHINGTON LUIZ
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), decidiu deixar o DEM nesta sexta-feira. Ela vai se filiar ao PSD. O senador fez o comunicado pelas redes sociais. Esse é o primeiro passo formal para uma possível candidatura à sucessão de Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022.
“Comunico que, nesta data, tomei a decisão de me filiar ao PSD, a convite de seu presidente, Gilberto Kassab. Agradeço aos filiados, colegas e amigos do Democratas de Minas Gerais e de todo o país o período de convivência partidária saudável e respeitosa”, escreveu.
Pacheco ainda agradeceu o presidente do DEM, ACM Neto, e desejou sucesso ao recém-criado União Brasil (fusão do DEM com o PSL).
A Folha de S.Paulo já havia confirmado com integrantes do PSD que a migração ocorreria na próxima semana. A cerimônia de filiação do senador mineiro deve ocorrer na próxima quarta (27), em Brasília.
O convite para sair do DEM foi feito há meses por Kassab. Embora não diga publicamente que será candidato ao Planalto, na sigla, o parlamentar é tratado como um dos mais fortes postulantes a furar a atual polarização eleitoral entre Lula (PT) e Bolsonaro.
No meio político, Pacheco também já é tratado como candidato à Presidência, inclusive sendo alvo de críticas segundo as quais sua atuação no comando do Senado tem sido pautada mais por influência dessa pretensão eleitoral do que pela análise do mérito dos temas em questão.
Diferentemente de Arthur Lira (PP-AL), claro aliado de Bolsonaro, o senador tem tomado decisões, públicas e nos bastidores, que contrariam os interesses do Palácio do Planalto.
Por ter sido eleito em uma eleição majoritária, Pacheco não perderá o cargo quando oficializar a mudança de partido. Com a filiação do político, a bancada do PSD passará a ter 12 membros no Senado, a segunda maior da Casa, atrás apenas do MDB, que tem 15.
Um dos motivos para Pacheco deixar o DEM é a concorrência interna no futuro União Brasil, que resultará da fusão com o PSL. No novo partido, outros nomes disputarão a candidatura à presidência, como Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o apresentador José Luiz Datena (PSL).
De acordo com o Datafolha, no cenário em que o nome de Pacheco é apresentado, Lula lidera com 42% das intenções de voto. Bolsonaro vem em seguida, com 24%.
Depois, Ciro Gomes (PDT), com 10%, João Doria (PSDB), com 5%, José Luiz Datena (PSL), com 4%, Simone Tebet (MDB), com 2% e Aldo Rebelo (sem partido), com 1%.