BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se reuniu neste sábado (10) com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para debater a possibilidade de uso de fábricas de vacina animal para produzir imunizantes contra a Covid-19 e também o cronograma de aquisição de vacinas.
Também participou do encontro o senador Confúcio Moura (MDB-RO), presidente da comissão temporária criada para acompanhar as ações contra a Covid-19.
Na conversa, foi tratada a antecipação de fornecimento de doses, além da conversão de parques industriais de vacinas para animais para a fabricação de imunizantes contra o novo coronavírus. “É uma possibilidade concreta trabalhada pelo Ministério da Saúde”, disse Pacheco.
Pacheco também ouviu a posição do Ministério da Saúde sobre patentes, em especial um projeto que tramita no Senado sobre o tema, e discutiu insumos para sedação, medicamentos para atendimento dos pacientes de Covid-19 e a distribuição de oxigênio aos hospitais onde estão internados doentes.
“Esse cronograma de trabalho, de maneira coordenada e inteligente, colaborativa do Congresso Nacional e do Ministério da Saúde é que nos fará sair desse momento crítico que nós estamos vivendo”, afirmou. “É muito importante nós não perdermos o foco, nós mantermos a união, a pacificação, o diálogo permanente, com as soluções efetivas para o problema maior dos brasileiros, que é a pandemia.”
A reunião ocorreu dois dias depois de o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), ordenar a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pelo presidente do Senado.
Na decisão, o ministro do STF afirmou que já estavam presentes os requisitos necessários para a abertura da comissão, como a assinatura favorável de mais de um terço dos senadores, e argumentou que o chefe do Senado não poderia se omitir em relação ao tema.
Em entrevista à Folha, Pacheco disse que não mexerá “um milímetro” para impedir a atuação da CPI da Covid, embora diga ser contrário à sua instalação neste momento.
Pacheco foi o articulador inicial da ideia de instituir um comitê nacional para enfrentamento da Covid-19, anunciado em 24 de março pelo presidente Jair Bolsonaro após uma reunião com ministros, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do STF, Luiz Fux. A princípio, o grupo será formado por Bolsonaro, pela cúpula do Legislativo e por um representante do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Governadores e prefeitos foram excluídos do comitê -a interlocução das demandas dos Executivos estaduais e municipais será feita por Pacheco.
Hoje, no Brasil, a produção de vacinas é feita pela Fiocruz, responsável por doses da Astrazeneca, e pelo Instituto Butantan, que fabrica a Coronavac.