Os advogados de defesa do padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, ingressaram na Justiça com um pedido de suspensão da prisão preventiva do pároco ou conversão em domiciliar. Ele é acusado de liderar um esquema de desvios de R$ 140 milhões da instituição e foi preso na sexta-feira (17/11) por determinação do desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), que atendeu recurso do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público estadual (MPPB).
No pedido, a defesa alega “questão humanitária” em razão de o padre ser “diabético, hipertenso e depressivo em grau máximo”.
De acordo com as investigações do Gaeco, Egídio e outras duas ex-diretoras da unidade de saúde desviaram verbas que seriam destinadas a programas sociais como distribuição de refeições a moradores de rua, amparo a famílias refugiadas da Venezuela, apoio a pacientes em pós-alta hospitalar, realização de cursos profissionalizantes, preparação de alunos para o Exame Nacional de Ensino Médio e cuidados a pacientes com Aids.
Os desvios foram operacionalizados através do Instituto São José, responsável pelo Hospital Padre Zé, e da Ação Social Arquidiocesana, e ocorreram entre 2013 e setembro de 2023. Ainda conforme o Gaeco, parte do valor foi usado na compra de imóveis de luxo nos estados da Paraíba, Pernambuco e São Paulo.