Após uma década fechado e seis anos passando por restauração, o Palácio Gustavo Capanema, ícone da arquitetura modernista brasileira, foi reinaugurado na última terça-feira (20), no centro do Rio de Janeiro. A cerimônia marcou o retorno do edifício à cena cultural e institucional do país, com homenagens a figuras históricas e a presença de autoridades e representantes do setor.
Projetado entre 1937 e 1945 por um time de arquitetos liderado por Lúcio Costa, com consultoria de Le Corbusier, o edifício é considerado um marco da arquitetura moderna no Brasil. Durante a cerimônia de reinauguração, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou o simbolismo do momento, afirmando que o retorno do Capanema representa a resistência e a reconstrução da cultura nacional. “O Palácio que o governo anterior tentou vender, hoje está de volta ao povo brasileiro. E só estamos aqui porque resistimos”, disse durante seu discurso na cerimônia.
As obras de restauração, iniciadas em 2019, foram realizadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e totalizaram R$ 84,3 milhões. O projeto incluiu a recuperação da estrutura, instalações elétricas e hidráulicas, sistemas de segurança, mobiliário e jardins. O objetivo é tornar o espaço acessível ao público, com áreas abertas para visitação e atividades culturais.
Com a reabertura, o Palácio volta a abrigar instituições vinculadas ao Ministério da Cultura, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Biblioteca Nacional, a Fundação Casa de Rui Barbosa e a Fundação Nacional de Artes (Funarte), que terá sua sede no local. A Biblioteca Euclides da Cunha, vinculada à Biblioteca Nacional, oferecerá empréstimos e salas de leitura ao público.
A reinauguração também foi marcada pela retomada da entrega da Ordem do Mérito Cultural, honraria concedida pelo governo federal a personalidades e instituições que se destacam na área cultural.
Cento e onze pessoas e 14 instituições receberam a condecoração das mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Cultura, Margareth Menezes, na noite de terça-feira (20). As condecorações são divididas em três graus: Grã-Cruz (41), para as maiores distinções; Comendador (33), para contribuições de destaque; e Cavaleiro(37), para contribuições relevantes em suas áreas de atuação.
No grau máximo da Ordem do Mérito Cultural, a Grã-Cruz, foram homenageados artistas consagrados como Alaíde Costa, Alceu Valença, Beth Carvalho (in memoriam), Fernanda Torres, Marcelo Rubens Paiva, Martinho da Vila, Milton Nascimento, Paulo Gustavo (in memoriam) e Walter Salles. A condecoração também reconheceu instituições e movimentos culturais de grande relevância, como o Balé Folclórico da Bahia, o Museu da Diversidade Sexual, a Feira do Livro de Porto Alegre, o Ocupa MinC, o Muquifu (Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos) e o Festival de Parintins, reforçando o compromisso do Estado com a valorização da diversidade e da memória cultural brasileira.