
A Paraíba registrou um aumento expressivo nos crimes de violência sexual entre 2023 e 2024, conforme revelou o novo Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Apesar de ainda apresentar uma das menores taxas por 100 mil habitantes do país, o estado teve os maiores crescimentos proporcionais em nove dos 11 tipos de crimes sexuais analisados.
Entre os dados mais alarmantes, está o salto nos casos de estupro e estupro de vulnerável, que passaram de 163 registros em 2023 para 252 em 2024 — uma alta de 54,6%. As tentativas de estupro cresceram 137,8%, subindo de 37 para 88 casos.
Também houve aumento nos crimes de assédio e importunação sexual, que passaram de 87 para 101 ocorrências, o que representa uma alta de 16%. Já os registros de crimes envolvendo pornografia (como a divulgação de cenas de estupro, sexo ou nudez) praticamente dobraram, subindo de 62 para 117, com uma elevação de 88,7%. Nesse último caso, a Paraíba ficou em segundo lugar no ranking nacional de crescimento, atrás apenas de Roraima.
Crescimento supera média nacional em mais de 100 vezes
O aumento no número total de estupros foi de 94,4% — mais de cem vezes acima da média nacional, que registrou alta de apenas 0,8% no mesmo período. Entre as vítimas do sexo feminino, a taxa de estupro subiu 93,0%, maior crescimento proporcional do país. Especificamente no crime de estupro de vulnerável, os dados indicam um aumento de 108,8% nos casos envolvendo mulheres e de 110,2% no total de registros.
Mesmo com essas variações, a Paraíba ainda tem uma das menores taxas de estupro do país: 27,4 casos por 100 mil habitantes, atrás apenas do Ceará (22,0) e de Minas Gerais (26,5).
Importunação sexual avança no estado
A Paraíba também liderou nacionalmente o crescimento proporcional nos casos de importunação sexual, com alta de 60,8%. O crime, que abrange toques sem consentimento em locais públicos ou transportes coletivos, é um dos indicadores que mais têm chamado atenção das autoridades nos últimos anos.
O Anuário é produzido com base em dados fornecidos por órgãos estaduais e federais de segurança, e reforça a importância da transparência e da análise de dados no combate à violência sexual. Segundo o estudo, o cenário na Paraíba evidencia a urgência de políticas públicas voltadas para a prevenção, acolhimento das vítimas e punição dos agressores.