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Paraibana é destaque na revista exame por investir em flores comestíveis
10/09/2023 / 11:12
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A apenas 3,5 quilômetros do aeroporto de João Pessoa, na Paraíba, o Rancho Isabelle Chaves abre suas portas para oferecer algo especial aos moradores do Nordeste: mini alfaces coloridas, flores comestíveis e sabores únicos. A produtora Rayssa Chaves tem grandes planos de elevar a hidroponia e a agricultura paraibana ao topo da gastronomia local e, quem sabe, nacional.

A história começou com as visitas ao sítio nos fins de semana e o hobby do pai de plantar alguns legumes. Rayssa e Glauber Chaves, ambos advogados, perceberam que sua paixão pelo campo superava sua carreira anterior. Em dezembro de 2019, uma oportunidade única surgiu quando um amigo da família ofereceu materiais para um sistema hidropônico a um preço acessível. Com um investimento inicial de 50 mil reais, o projeto ganhou vida rapidamente.

Rayssa recorda o momento em que percebeu que não poderia mais conciliar suas duas atividades: a advocacia e a hidroponia. Foi então que ela se dedicou completamente à produção de hortaliças, ervas finas, microvegetais e flores comestíveis por meio da hidroponia.

O Rancho Isabelle Chaves tem quatro hectares no total, mas apenas um é dedicado à produção. Parece pequeno quando comparado a outras regiões ou cultivos no país, mas é suficiente para produzir cerca de cinco toneladas de alimentos frescos por mês. Esses alimentos são fornecidos para restaurantes, bares e hotéis em João Pessoa, Bananeiras e Campina Grande.

O segredo da hidroponia, segundo Rayssa Chaves, está na alta produtividade por área. Em um hectare, eles produzem o equivalente a três hectares em um cultivo convencional no solo.

Devido à natureza perecível e delicada dos vegetais, a logística e o transporte são desafios importantes para a expansão do mercado. Rayssa e seu irmão planejam obter crédito para aumentar a produção na mesma área e modernizar os processos de cultivo e entrega. Ao longo de três anos, eles já investiram 500 mil reais, e o retorno já é visível.

Para Rayssa, a hidroponia é “a agricultura do futuro” devido à alta produtividade em espaços menores e ao controle cuidadoso dos recursos, especialmente água e insumos. Eles também planejam instalar painéis solares para reduzir os custos de energia, demonstrando seu compromisso com a sustentabilidade.

Até o final de 2024, a empresa espera captar 1 milhão de reais por meio de bancos e cooperativas de crédito. Rayssa acredita que, embora o setor de hortifrúti seja muitas vezes subestimado, as empresas podem ser altamente rentáveis e lucrativas, desde que sejam bem gerenciadas e focadas no longo prazo.

Rayssa Chaves conquistou o Prêmio Mulheres do Agro devido à sua gestão ligada ao ESG. Esse prêmio, criado em 2018 pela Bayer em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), tem como objetivo promover a participação das mulheres no agronegócio, seja na ciência ou no campo.

Desde o seu início, o prêmio já reconheceu 45 mulheres que lideram propriedades de diversos tamanhos, desde pequenas até grandes. Na edição de 2023, o projeto ganha o apoio de cinco entidades parceiras: Embrapa, Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas (Andav), Faculdade de Tecnologia (Fatec) Pompeia, Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) e Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia.

As inscrições para a edição de 2023 do prêmio já foram encerradas, e as vencedoras serão anunciadas durante o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, que acontecerá em São Paulo nos dias 25 e 26 de outubro.

Revista Exame