O paraibano Thiago Paulo Bulhões, de 25 anos, morreu em combate na Ucrânia no último sábado (4/10), conforme confirmou a mãe do jovem, Elidiane Bulhões, após ser comunicada por um sargento através de uma ligação.
Thiago deixou o Brasil em 30 de junho de 2025 e morava em Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa, com os pais. Ele trabalhava em uma escolinha de futebol e deixa duas filhas, de 4 e 7 anos.
Segundo a mãe, Thiago entrou em contato com um grupo nas redes sociais que discutia o conflito e decidiu se unir a ele, sem o consentimento da família.
Elidiane contou que a última conversa com Thiago aconteceu poucas horas antes do combate. O jovem pediu que a mãe acompanhasse suas mensagens nas redes sociais devido à instabilidade do sinal na região. “A última coisa que ele me disse foi: ‘mãe, fique só ligada no Instagram’. Isso foi no sábado. Foi horrível, um pedaço de mim que se foi. Meu filho comprou uma briga que não era dele, mas era o sonho dele”
Segundo a mãe, Thiago não tinha interesse em voltar ao Brasil e planejava permanecer na Europa, buscando novas oportunidades de trabalho após o conflito.
“Ele não tinha vontade de voltar, queria trabalhar lá. Todas as conversas, sempre meu filho era feliz. Eu perguntei ‘você quer voltar pra cá? ‘ Ele falou para mim: ‘Não, mãe. Eu não quero voltar, eu tô fazendo o que eu amo, ajudando as pessoas que mais precisam. Esse era o meu filho”, acrescentou.
Thiago recebia cerca de R$ 25 mil pelo trabalho na linha de frente, segundo o g1, mas Elidiane afirmou que o dinheiro não era a motivação principal: “Ele sempre quis ajudar. Dizia que ia defender a cidade.”
O corpo do jovem será cremado e as cinzas, junto com seus pertences, deverão ser enviadas à família, sem previsão de chegada.
Em setembro, a Embaixada da Ucrânia no Brasil informou ao Jornal Nacional que não recruta brasileiros para suas Forças Armadas, e que todos os voluntários vão ao país por iniciativa própria.
O Ministério das Relações Exteriores destacou que presta assistência consular por meio da Embaixada do Brasil em Kiev, mas não confirmou a morte de Thiago, ressaltando que o atendimento depende do contato da família e que, por questões de privacidade, dados pessoais não são divulgados. A pasta também alertou sobre os riscos para brasileiros em conflitos armados e recomendou recusar propostas de trabalho militar no exterior.