Enfrentando dificuldades desde o início da pandemia provocada pelo coronavírus, o setor de turismo é um dos que mais contabiliza queda de faturamento desde março do ano passado, mas, por outro lado, também foi a atividade que mais se digitalizou para driblar as crises econômica e sanitária instaladas no país. É o que revela pesquisa realizada pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que entrevistou 7.820 donos de pequenos negócios em todo o país.
Desse total de entrevistados pela pesquisa, 259 são donos de pequenos negócios do setor turismo e, conforme os números, 85% deles afirmaram que investiram na digitalização de seus negócios após o início da pandemia. O setor, que ficou muito acima da média geral de todas as atividades ouvidas pela pesquisa (67%), também registrou seis pontos percentuais a mais que o segundo colocado, que é o setor de pet shops, em que 79% dos entrevistados disseram ter investido na digitalização da empresa.
Para a gestora de turismo e economia criativa do Sebrae Paraíba, Regina Amorim, os números apontam para uma tendência que deve continuar em alta no mercado, mesmo depois que a pandemia esteja controlada. “Entre as tendências, estão as experiências em ecoturismo e gastronomia. Além disso, mais pacotes e passagens on-line farão parte dos hábitos de compras no turismo. Outro exemplo são os cruzeiros marítimos, que estão sendo equipados com estações para medir a temperatura corporal por reconhecimento facial. A digitalização só reduzirá os custos das empresas e cada vez mais esforço deve ser focado em seus resultados”, pontuou.
Ainda falando sobre a digitalização do setor de turismo, a gestora do Sebrae Paraíba também destacou outras tendências que devem marcar a retomada das viagens. “A aquisição de passagens, o pagamento de hospedagens e a gestão de viagens corporativas desburocratizadas, mais digitais e automatizadas, são procedimentos cada vez mais disruptivos e comuns no cenário atual. O controle de compra de passagens, reservas de hotéis e aluguéis de carros também são soluções digitais que viabilizam a gestão das viagens em tempo real. O uso de tecnologias sem contato, incluindo biometria, e a leitura de tickets através dos sensores também são requisitos básicos para uma viagem segura”, explicou.
Por fim, Regina Amorim também enfatizou que as tendências do setor de turismo devem abranger toda a sua cadeia produtiva, incluindo o setor de eventos. “Todos os negócios estarão no formato presencial e no digital, com as lojas virtuais e equipamentos turísticos. Os eventos e as feiras de negócios também continuarão no formato híbrido, porque o custo-benefício do investimento será cada vez menor e a otimização do tempo gasto em viagens para participar dos eventos será cada vez maior”, concluiu a gestora.