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Pesquisa científica no Brasil ainda enfrenta dificuldades
24/07/2023 / 15:22
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Grande parte das inovações tecnológicas e de muitas descobertas da história da ciência tiveram o mesmo começo. Seja na saúde, tecnologia ou em qualquer outra área, a pesquisa científica é utilizada como ponto de partida de soluções que ajudam e revolucionam a humanidade. 

 

No entanto, apesar da importância dessas pesquisas, o Brasil ainda não realiza investimentos suficientes para a ciência continuar progredindo. Segundo dados do ranking da Nature Index, que contempla artigos científicos publicados anualmente em um grupo de jornais, o Brasil ocupa a 24ª posição mundial na produção de artigos, com 991 produções contabilizadas. Destas, 760 advêm da área de Física, 160 das Ciências da Vida, 45 das Ciências Ambientais e 93 artigos da área de Química. 

 

Ainda conforme as informações do estudo, a pesquisa científica brasileira corresponde a apenas 3% da produção mundial. Os números mostram que o Brasil não investe suficientemente em cientistas e em laboratórios. A falta de recursos e incentivo faz com que o país apresente uma diminuição de resultados que poderiam impactar significativamente a ciência brasileira. 

Importância da pesquisa científica no país 

 

Antes de mais nada, é preciso entender o que é uma pesquisa científica. Essa área é composta por diversas etapas que constituem uma metodologia para realizar investigações a respeito de um fenômeno de interesse. O intuito principal é coletar dados com validade científica para comprovar as teorias e hipóteses acerca daquela temática. 

 

Vale destacar que a ciência se aplica a diversas questões do cotidiano, sendo assim, há uma infinidade de setores que realizam pesquisas cientificas, sendo possível encontrar projetos nas ciências humanas, sociais, tecnológicas, exatas e biológicas. 

 

A relevância do setor é tamanha que, todo dia 8 de julho são comemorados o Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador Científico, ambas datas sancionadas por leis. 

 

O dia 8 de julho foi escolhido em relação à criação da Sociedade Brasileia para o Progresso da Ciência (SBPC), que nasceu em 1948, com objetivo de incentivar apoiar a pesquisa científica no país. 

 

Um exemplo recente que comprova a importância desse setor é reverenciado como uma das grandes conquistas da história da ciência brasileira. Em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no país, pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP) realizaram o sequenciamento genético do Sars-CoV-2. O tempo recorde atraiu olhares para a biomédica Jaqueline Goes de Jesus, uma das integrantes da equipe. 

 

O que faz um biomédico na pesquisa científica contribui também para o desenvolvimento de novos medicamentos, além de elaborar protocolos inovadores no enfrentamento de várias doenças, como, por exemplo, o Mal de Alzheimer.

Apesar da importância, o setor ainda enfrenta dificuldades

 

Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que investir um dólar por pessoa na prevenção de doenças não transmissíveis por meio das pesquisas científicas pode salvar sete milhões de vida até 2030. Mas esse tipo de investimento nem sempre acontece na vida real. 

 

No Brasil, as dificuldades enfrentadas por pesquisadores científicos mostram que há, de fato, um baixo investimento no setor. Na prática, é o Governo Federal o principal responsável pelo financiamento das atividades relacionadas à ciência no país, designando recursos orçamentários para organizações, programas e instituições de ensino.

 

No entanto, nas décadas de 2010 a 2020, os pesquisadores perceberam a redução de investimentos no país. Em 2012, por exemplo, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) forneceu R$ 11,5 bilhões para o setor. Anos depois, em 2021, o valor reduziu em 84% com orçamento de R$ 1,8 bilhão. 

 

Apesar disso, o Brasil continua se mostrando uma potência do setor, já que, em 2020, apareceu como 13º produtor de conhecimento científico no planeta. O resultado se dá pela participação de brasileiros em mais de 370 mil trabalhos publicados ao redor do globo. 

A queda dos investimentos gera apreensão entre cientistas, principalmente quanto ao futuro da ciência do país quando comparado a de outras nações. Mesmo assim, o setor tenta driblar a redução dos investimentos, se mantendo resistente e entregando conteúdos científicos relevantes para a ciência mundial.