A pandemia da covid-19 aumentou o nível de estresse dos médicos e a sensação de medo e pânico, diminuiu as horas de sono e o tempo dedicado por eles às refeições e aos familiares. É o que mostra pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com 1.600 médicos brasileiros, entre setembro e dezembro do ano passado e publicada nesta quinta-feira (7). A maioria dos entrevistados atua em atendimento hospitalar, atenção básica e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
De acordo com o trabalho do CFM, para 96% dos médicos, a pandemia impactou suas vidas, seja aumentando o nível de estresse (22,9%), gerando sensação de medo e pânico (14,6%), reduzindo o tempo dedicado à família, refeições e lazer (14,5%) e diminuindo o tempo e qualidade do sono (7,6%).
“Os médicos, assim como os demais profissionais de saúde, estão nesta luta contra a covid-19 há mais de um ano. Um conjunto de fatores contribuem para esse estresse diário e sufocante. A imunização da população ainda caminha de forma lenta e a demanda de pacientes é crescente, com falta de leitos e insumos em muitas regiões do estado”, afirma o presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), João Modesto Filho.
Ele ressaltou que o Conselho tem trabalhado junto aos médicos, para garantir a boa medicina e uma assistência satisfatória à população, mesmo antes do início da pandemia, em fevereiro do ano passado. “Realizamos capacitações dos médicos, visitamos e fiscalizamos unidade de saúde de todas as regiões do estado, promovemos discussões e reuniões com gestores púbicos e diretores de hospitais, ouvindo as queixas e preocupações dos médicos que estão na linha de frente na pandemia. O CRM-PB tem denunciado e cobrado soluções para os problemas encontrados”, disse.
Dia Mundial da Saúde – O levantamento do CFM serviu como base para a campanha que a autarquia lançou nesta quarta-feira (7), Dia Mundial da Saúde, na qual chama a atenção da população brasileira e das autoridades para a pressão a que os médicos estão submetidos desde o início da pandemia. A campanha ressalta que os problemas enfrentados no dia a dia impactam diretamente a saúde física e mental dos médicos. “Por mais difícil que seja a situação na linha de frente, os médicos seguem firmes no combate à pandemia”, alerta a campanha.