A Polícia Federal (PF) descobriu uma nova joia durante diligências nos Estados Unidos, no âmbito da investigação que apura a suposta tentativa de apropriação indevida de joias presenteadas envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A corporação deve concluir até julho este inquérito e outros dois que implicam o ex-presidente – sobre fraude no cartão de vacinação e tentativa de golpe de Estado. As informações foram divulgadas pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
Em café da manhã com jornalistas, nesta terça-feira (11), Rodrigues confirmou que, com o apoio do FBI, agentes da PF descobriram que, além do conjunto de joias de que já tinha conhecimento, houve a negociação de outra joia que não estava inicialmente no foco da investigação.
O diretor-geral, no entanto, não deu detalhes sobre essa nova joia, mas avaliou que ela fortalece a linha de apuração da PF no caso.
“Isso só robustece a investigação que se tem feito, demonstrando todas as circunstâncias e tudo houve nesse contexto, desde a apreensão do aeroporto até o dia de hoje”, disse.
Questionado sobre um possível cometimento do ex-presidente de crime de peculato – desvio de um bem público –, o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção da PF, Ricardo Saadi, afirmou que a descoberta da nova joia poderá “eventualmente” caracterizar um crime continuado.
“Na hora da definição, isso poderia ser considerado um agravante”, ressaltou ele, também presente ao encontro com os jornalistas.
Bolsonaro é investigado por suposto uso da estrutura do Estado para o desvio de joias ofertadas como presentes oficiais pelo governo saudita e posterior venda e ocultação de valores com o objetivo de enriquecimento ilícito do ex-mandatário.
Andrei Rodrigues reforçou que, até o mês que vem, três investigações que envolvem Bolsonaro devem ser concluídas pela PF.
“A nossa expectativa é que, no mês de junho, a gente finalize as duas investigações, sobre joias e vacinas, e, no mês de julho, a gente finalize a investigação sobre o golpe”, afirmou.
Rodrigues ressalvou que, apesar da finalização dessas investigações, elas podem gerar desdobramentos.
“Há essa finalização, sem prejuízo que o fruto desse trabalho todo haja desdobramentos, cause outras investigações, segue o jogo”, destacou.
Bolsonaro, que sempre negou envolvimento nos crimes, está inelegível até 2030 após ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação na campanha presidencial de 2022.
Com Reuters e InfoMoney