
A Polícia Federal intimou Alessandro Moretti, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para prestar depoimento na investigação que apura um esquema de espionagem ilegal durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O depoimento está previsto para acontecer na próxima quinta-feira (17), mesma data em que será ouvido o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa.
Embora não tenha exercido cargo na Abin durante a gestão Bolsonaro, Moretti é investigado por suspeita de tentar dificultar o andamento das apurações já no governo Lula. Segundo a PF, há indícios de que integrantes da cúpula da Abin, nomeados na atual administração, atuaram para restringir o acesso a dados e interferir nas investigações.
A apuração foi aberta após dois agentes da Abin relatarem à Polícia Federal que o Brasil teria realizado um ataque hacker ao Paraguai com o objetivo de obter informações sigilosas sobre negociações envolvendo a Usina Hidrelétrica de Itaipu, administrada conjuntamente pelos dois países.
Alessandro Moretti foi exonerado do cargo de diretor-adjunto da Abin em 30 de janeiro de 2024 e substituído por Marco Cepik. A PF investiga se houve obstrução de Justiça por parte de membros da agência na tentativa de encobrir ações ilegais realizadas no passado.