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Policia Federal fará segurança da filha do presidente da Colômbia que estará no Brasil por 5 meses
17/02/2024 / 09:07
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Filha do presidente da Colômbia. Foto: Reprodução / Instagram

A Polícia Federal brasileira fará a segurança de Sofía Petro Alcocer, filha do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, durante sua estada de cinco meses no Brasil para a realização de um intercâmbio estudantil.

Sofia estudará entre 26 de fevereiro e 2 de julho na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), e a Embaixada da Colômbia requisitou segurança desde sua chegada ao país, o que aconteceu em 3 de fevereiro.

A estudante veio acompanhada da mãe, a primeira-dama Verónica Alcocer Garcia, que permaneceu no país até 8 de fevereiro, período em que também recebeu segurança do Estado brasileiro.

O pedido de segurança foi feito pela embaixada colombiana ao Ministério de Relações Exteriores brasileiro, que demandou o serviço à Polícia Federal em 1º de fevereiro.

Segundo apurou a TV Globo, agentes de diferentes partes do país serão selecionados para a escala de cinco meses de segurança. Como a demanda foi feita pouco antes da chegada das colombianas ao Brasil, a PF destacou agentes da capital paulista para os primeiros dias de operação, e prepara um recrutamento para dar conta do restante do período.

O Itamaraty reconheceu, em ofício obtido pela TV Globo, que se trata de estada “em caráter privado”. “Em que pese se tratar de estada no Brasil de caráter privado, não se podem descartar riscos e ameaças potenciais às visitantes”, apontou o órgão no documento.

“É de amplo conhecimento o quadro de violência persistente naquele país [Colômbia], contra o qual o presidente Petro tem buscado implementar nova estratégia de combate à violência cujos resultados vão de encontro aos interesses de atores vinculados a organizações criminosas e grupos armados, inclusive paramilitares, o que poderia ensejar riscos inerentes a um processo dessa natureza”, diz o texto.

TV Globo apurou que se trata de praxe diplomática atender a pedidos de segurança de chefes de Estado estrangeiros e seus parentes, o que acontece com frequência, mas em estadas mais curtas, de poucos dias. O Itamaraty não esclareceu em quantas ocasiões já realizou escoltas por tempo prolongado.

Reservadamente, fontes também dissera à TV Globo que foi realizada uma análise do pedido feito pelo governo colombiano e houve o entendimento de que havia necessidade de segurança especial para a filha de Petro. Um dos motivos citados é o perfil de Sofia nas redes sociais, que conta com milhares de seguidores – mais de 200 mil apenas no Instagram -, o que aumenta a sua exposição.

O professor Gustavo Menon, da pós-graduação em Interunidades em América Latina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília, afirma que o pedido deve atender uma série de princípios para ser aceito.

“Há uma série de diretrizes e princípios que precisam ser observados, como o da razoabilidade”, diz. Ele ainda apontou que, como o custo da operação não foi divulgado, não é possível fazer uma análise plena sobre eventuais excessos relacionados à operação.

A PF disse que não se manifesta sobre proteção a indivíduos por questão de segurança e não confirmou o montante a ser gasto na proteção da filha do presidente colombiano.

“Cabe destacar a importância de uma normatização para regulamentar os recursos e esforços que podem ser dispensados nesse caso”, diz o professor. “O Estado brasileiro, obviamente, deverá assegurar a segurança de todos, obviamente seguindo critérios de razoabilidade e impessoalidade.”

Quem é Gustavo Petro

Gustavo Petro foi eleito presidente da Colômbia em junho de 2022. Petro é um economista que prometeu reformas sociais e econômicas durante seu mandato à frente do governo colombiano.

Petro já foi prefeito de Bogotá e senador. O colombiano também atuou na guerrilha do Movimento 19 de Abril, conhecido como M-19, organização de guerrilha urbana de esquerda que atuou na Colômbia entre as décadas de 1970 e 1990.

Informações do G1 e TV Globo