A Polícia Civil de São Paulo apura se fábricas clandestinas usaram metanol na higienização de garrafas de bebidas antes do envasamento. A suspeita surge após casos recentes de intoxicação registrados no estado.
Segundo fontes ouvidas pela TV Globo, os criminosos poderiam estar utilizando metanol — ou etanol adulterado com a substância — para limpar garrafas vazias, muitas delas falsificadas. A investigação começou em bares onde ocorreram os primeiros casos, seguiu para distribuidoras e chegou a locais de produção clandestina.
O Instituto de Criminalística (IC) criou uma força-tarefa para analisar os produtos apreendidos. Mais de mil garrafas já foram recolhidas em operações da polícia e da Vigilância Sanitária; 250 delas estão em análise no IC. Até agora, duas das dez amostras testadas apresentaram presença de metanol.
De acordo com o diretor do Núcleo de Química do IC, Mauro Renault, as garrafas passam primeiro por documentoscopia, que verifica selo, rótulo, lacre e vedação, e depois por análise química, que identifica substâncias e concentrações. Os laudos são enviados à Polícia Civil, que segue com as investigações.
O metanol é um álcool usado em produtos industriais e não é seguro para consumo humano. Ao ser metabolizado pelo fígado, transforma-se em ácido fórmico, altamente tóxico. A ingestão pode causar visão borrada, tontura, dor abdominal, cegueira, falência de órgãos e até a morte.
O Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação nacional para acompanhar os casos e coordenar ações com Anvisa, vigilâncias sanitárias e outros órgãos federais.
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*com informações do g1