O Ministério Público da Paraíba (MPPB) investiga se seis policiais militares envolvidos na ação que terminou com a morte de cinco jovens, em fevereiro deste ano, no Conde, Litoral Sul do estado, cometeram fraude processual e ocultaram provas. Cinco dos agentes foram presos temporariamente nesta segunda-feira (18/8), após operação que reuniu 72 integrantes do MP, Polícia Civil e Polícia Militar.
Segundo o pedido de prisão, depoimentos e laudos periciais apontam indícios de homicídio. As apurações indicam que os jovens não tiveram chance de reação no momento do crime, ocorrido na Ponte dos Arcos. Um laudo pericial revelou que os veículos onde estavam as vítimas foram atingidos por mais de 90 tiros – 74 em um carro e 18 no outro, todos de fora para dentro.
Ainda de acordo com o MP, os corpos teriam sido removidos do local pelos próprios policiais, todos apresentando ferimentos letais na cabeça. Os veículos também foram retirados da cena antes da chegada da Polícia Civil, o que comprometeu a realização da perícia técnica.
Testemunhas relataram que os policiais usavam máscaras e recolheram cápsulas no local. Uma delas afirmou ter visto dois jovens com as mãos na cabeça e outros dois no chão, sendo contidos pelos militares.
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O advogado Luiz Eduardo, que representa os policiais, sustenta que os jovens atiraram primeiro contra os agentes, que apenas reagiram. Ele disse ainda que o tenente Álex William, um dos investigados e que está fora do país, vai se apresentar quando retornar ao Brasil.
O comandante-geral da PM, coronel Sérgio Fonseca, declarou acreditar na versão dos policiais, mas ressaltou que, caso a investigação comprove irregularidades, os envolvidos serão responsabilizados.
Cinco deles tiveram a prisão temporária mantida após audiência de custódia e foram encaminhados à carceragem do 1º Batalhão da PM, em João Pessoa.
Os mortos foram identificados como:
De acordo com a Polícia Militar, os jovens estariam se preparando para vingar o assassinato de Ana Gabriela, mãe de Gabriel.