João Pessoa 29.13ºC
Campina Grande 26.9ºC
Patos 34.27ºC
IBOVESPA 145446.66
Euro 6,35
Dólar 5,47
Yuan 0,76
Lula e Trump podem ter conversa por telefone para discutir sobretaxa ao Brasil
28/09/2025 / 12:56
Compartilhe:
Foto: Reuters/Yuri Gripas e Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo brasileiro estuda a possibilidade de um contato telefônico entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, para discutir a sobretaxa de 50% imposta aos produtos brasileiros.

O governo federal brasileiro está avaliando a viabilidade de um contato inicial por telefone ou videoconferência entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida visa discutir a **sobretaxa de 50%** que os EUA impuseram aos produtos brasileiros. De acordo com integrantes do governo, essa abordagem seria mais prática e prudente antes de um eventual encontro presencial.

A possibilidade de um encontro entre Lula e Trump foi mencionada pelo líder americano durante a Assembleia Geral da ONU, onde ambos se cumprimentaram e expressaram interesse em conversar. Trump afirmou ter sentido uma boa “química” com Lula, que, por sua vez, se mostrou “otimista” sobre a possibilidade de um diálogo.

O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou a importância desse encontro, considerando-o um “marco fundamental” nas relações entre os dois países. No entanto, até o momento, não há definição sobre data, formato ou local da conversa. Fontes do governo brasileiro indicam que um telefonema ou videochamada seria a forma mais rápida de estabelecer contato, facilitando a conciliação das agendas.

Lula tem viagens programadas para a Itália, Indonésia e Malásia em outubro, e há a possibilidade de Trump participar de uma cúpula na Malásia, onde ambos poderiam se encontrar. A diplomacia brasileira, no entanto, adota uma postura cautelosa, considerando a complexidade da relação entre os dois líderes, especialmente após a eleição de Trump em 2024.

O histórico de idas e vindas de Trump gera receios sobre a possibilidade de a reunião não se concretizar, especialmente com a desinformação que circulou nos EUA sobre o Brasil. Lula reafirmou, durante a ONU, que a **independência do Judiciário** e a **soberania do Brasil** não são temas a serem questionados, mas se mostrou aberto ao diálogo sobre comércio.

Especialistas avaliam que o Brasil deve manter uma postura firme nas negociações, sem ceder a pressões. Nos últimos cinco anos, empresas brasileiras como JBS e Embraer investiram nos EUA, gerando empregos e contribuindo para a economia americana. A expectativa é que, mesmo que não haja um acordo, o Brasil não saia prejudicado após o contato com Trump, devido à sua abordagem cautelosa e à defesa da soberania nacional por parte de Lula.