Bandeiras, filas enormes e gritos de apoio. O evento de lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto começou em clima de festa.
Entre militantes e deputados, o tom era de confiança na disputa pela Presidência da República. No ato, foi lançada a chapa com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice-presidente.
Em seu discurso, o ex-presidente adotou um tom moderado —mais ameno que o de Alckmin—, dizendo que o país precisa de calma. “Nós vamos vencer essa disputa pela democracia distribuindo sorriso, caminho, amor, paz e criando harmonia”.
O evento reuniu sete partidos e caravanas de militantes neste sábado, no Expo Center Norte, zona norte de São Paulo.
No encontro, o que não faltou foi saia justa pois em quase todos os Estados Brasileiros a aliança PT – PSB passa por ajustes devido às disputas regionais.
As arestas mais evidentes foram registradas entre caravanas de Pernambuco e Paraíba.
Em Pernambuco tudo começou na terça-feira, quando Marília Arraes esteve em São Paulo no evento de apoio do Solidariedade a Lula e meteu um chapéu de palha na cabeça do ex-presidente que sorriu feliz da vida. O PSB pernambucano deu o troco e Danilo Cabral coincidentemente alegou uma Covid e não deu o ar da graça no evento de hoje em São Paulo.
Nos bastidores, ele diz que a foto de Lula com um chapéu com o slogan Marília Arras e Lula confunde o eleitor e atrapalha a estratégia de associar o seu nome a Lula, na campanha como fora acordado.
Segundo o Blog do Jamildo do Jornal do Comércio, o coordenador do processo, o governador Paulo Câmara, entrou em silêncio obsequioso nos últimos dias.
Foi nesse clima de guerra fria que o governador João Azevedo chegou no Expo Center Norte, zona norte de São Paulo. Sem as presenças físicas de Geraldo Alckmin e de Danilo Cabral, este último candidato ao governo pelo PSDB de Pernambuco, o governador paraibano preferiu circular timidamente no evento, optando por se abrigar entre colegas gestores de outros Estados como Flávio Dino (Maranhão) e Wellington Dias (Piauí).
O presidente do PSB nacional, Carlos Siqueira, passou o evento inteiro atuando como malabarista, pois tem recebido muitas pressões de correligionários com Lula fazendo gestos por Veneziano Vital na Paraíba e dando corda a Marília Arraes em Pernambuco.
Com o governador João Azevedo medindo os passos com esses problemas dentro da legenda, Ricardo Coutinho e Veneziano Vital circularam livremente ao lado dos caciques nacionais do PT.
Na hora da montagem do palanque, o cerimonial teve o cuidado de colocar João Azevedo na mesma fila do senador Veneziano Vital do Rego para não criar ainda mais problemas.
As assessorias de Veneziano e Ricardo Coutinho fizeram questão de liberar para a imprensa registros dos bastidores em que ambos eram festejados pelos caciques nacionais do PT, a exemplo de Humberto Costa, Fernando Haddad, Glesi Hoffmann e de outras legendas de esquerda como o senador Randolph Rodrigues da Rede Sustentabilidade, Luiza Erundina e Guilherme Boulos do Psol.