SÃO PAULO, SP, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um prédio de quatro andares desabou na madrugada desta quinta-feira (3) na comunidade Rio das Pedras, zona oeste do Rio de Janeiro. Um incêndio foi controlado no local após o desabamento.
O Corpo de Bombeiros confirmou, durante a manhã, a morte de uma criança. Outras quatro pessoas (três mulheres e um homem) já foram resgatadas com vida dos escombros.
Os bombeiros informam que três dos feridos foram encaminhados para atendimento médico no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, e um para o Miguel Couto, no Leblon.
A corporação trabalha para resgatar pelo menos mais um homem dos escombros.
O prédio, localizado na esquina da rua das Uvas com a avenida Areinhas, ruiu entre 3h e 3h30, segundo a Prefeitura do Rio. Antes do desabamento, testemunhas relatam ter ouvido barulho de explosão.
Bombeiros, policiais militares, equipes da Defesa Civil, da Guarda Municipal e da Secretaria Municipal de Assistência Social estão no local.
Ruas da região foram interditadas para o trabalho de resgate. Ainda não há informações oficiais sobre as causas do desabamento e detalhes sobre a vítima.
Técnicos da Defesa Civil Municipal avaliam os danos que teriam sido causados em outras quatro edificações (uma à direita e três à frente) e se haverá necessidade de novas interdições. A Secretaria Municipal de Assistência Social montou um ponto de acolhimento para atendimento de famílias.
Inicialmente, havia relato de 12 pessoas feridas, mas a informação foi atualizada pelos bombeiros.
O caso aconteceu na mesma região da tragédia de Muzema, que deixou 24 mortos e sete feridos após dois edifícios ruírem no condomínio Figueiras de Itanhangá, em abril de 2019. A região é dominada por milícias. Os milicianos atuam com grilagem de terras em Rio das Pedras e na comunidade de Muzema.
O vereador Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou que o prédio que desabou nesta madrugada faz parte da “cidade ilegal, das milícias”. “No lugar dos tapetes de cores de Corpus Christi, escombros e dor”, disse, sobre o fato desta quinta ser uma data religiosa.
Em maio, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu, por meio da 1ª Vara Criminal, soltar três réus acusados pelo desabamento que matou as 24 pessoas na comunidade da Muzema, sob a alegação de excesso de prazo na prisão preventiva.
O Ministério Público do Rio de Janeiro foi contrário à revogação das prisões e alegou que não é possível falar em excesso de prazo porque o processo é complexo. “Assim, o decurso do prazo de dois anos, mormente durante período de pandemia, que já se alonga por mais de um ano, é na verdade não moroso, mas rápido”, argumentou o órgão.