
A Prefeitura de Jacaraú exonerou, nesta sexta-feira (31), os secretários Jefferson Carvalho da Silva, de Transportes e Mobilidade Urbana, e Antônio Fernandes Alves Bezerra, de Administração. Os dois foram presos nesta quinta (30) durante uma operação da Polícia Civil que investiga o assassinato do vereador Peron Filho, morto a tiros no dia 15 de setembro, na cidade de Pedro Régis.
A portaria com as exonerações foi publicada no Diário Oficial do Estado. Em nota, a gestão municipal afirmou que repudia “qualquer ato que contrarie os princípios da legalidade e da ética pública” e que adotará todas as medidas administrativas cabíveis diante das informações oficiais que vierem a público.
Segundo o delegado Sylvio Rabelo, responsável pelo caso, os dois secretários são apontados como mandantes do crime. Além deles, outros três suspeitos foram presos — dois no Rio Grande do Norte, suspeitos de serem os executores, e um empresário de Jacaraú, dono de uma pousada onde teria ocorrido uma reunião entre os envolvidos antes do assassinato.
As investigações apontam que o crime teria sido motivado por denúncias feitas pelo vereador contra supostas irregularidades na Secretaria de Transportes de Jacaraú, como desvio de combustíveis e má conservação da frota municipal. De acordo com o delegado, Peron Filho denunciou publicamente os problemas em sessões da Câmara e nas redes sociais, o que teria gerado atritos com os secretários.
O pai da vítima, Peron Pessoa, relatou que cerca de 20 dias antes do assassinato, os dois secretários foram até sua casa para tentar convencer o vereador a deixar a oposição e apoiar a gestão municipal. “Eles ofereceram vantagens, mas meu filho recusou”, afirmou.
A Polícia Civil também informou que Jefferson Carvalho, secretário de Transportes, teria envolvimento com pistolagem e chegou a se desfazer de dois celulares após o crime. Ele ainda é investigado por fraude processual, por ter supostamente apagado imagens de câmeras de segurança de propriedades suas.
O prefeito de Jacaraú, Márcio Aurélio Cruz (PSD), não aparece entre os investigados no inquérito policial.
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Peron Filho foi morto a tiros quando saía de uma partida de futsal, em Pedro Régis. O caso gerou forte comoção na região e é tratado pela Polícia Civil como crime de mando com motivação política.