De janeiro a abril deste ano, seis mulheres foram assassinadas em João Pessoa em razão do gênero, ou seja, por ser mulher. O número representa um aumento de 30% em relação ao mesmo período de 2020. A falta de denúncia muitas vezes é motivada pelo medo, dependência financeira da mulher agredida pelo companheiro, ameaça, entre outros fatores que acabam dificultando a proteção das vítimas.
Para mudar essa realidade, a prefeitura de João Pessoa por meio da Secretaria da Mulher (SEPPM), reforça a importância da mulher em situação de violência em buscar ajuda, acolhimento e assistência oferecidos pelo Centro de Referência da Mulher – Ednalva Bezerra. O órgão ligado à SEPPM, acolhe, orienta e encaminha de forma sigilosa e segura, vítimas de violência doméstica para órgãos parceiros na garantia da segurança das usuárias.
A psicóloga do Centro de Referência, Sonáira Amorim, esclarece os tipos de abuso que as mulheres são vítimas e as vezes nem identificam.
“É importante frisar que violência contra a mulher não é só agressão física, como muitas mulheres ainda pensam. Se de alguma forma você é ameaçada, tem sua autoestima rebaixada, sente-se pressionada, tem seu direito de ir e vir tolhido, seus pertences pessoais subtraídos, é obrigada a práticas sexuais de qualquer natureza pelo seu companheiro ou ex-companheiro, isso também é violência”, explicou.
Serviço – O Centro de Referência Ednalva Bezerra é um local de acolhimento e direcionamento para as mulheres que estão no ciclo de violência. Não é local de denúncia, mas de falar sobre suas dores e angústias.
“Nós temos uma equipe técnica composta por psicólogas, assistentes sociais e advogadas para acolher e orientar essas mulheres. Sabemos o quão difícil é para a mulher conseguir procurar o nosso serviço, porque na maior parte das vezes elas já estão doentes psiquicamente com depressão, crises de ansiedade, etc. Mas, gostaríamos de pedir às mulheres que já estão fortalecidas para que informe as outras sobre os nossos serviços e as ajude nessa quebra de silêncio”, complementou a psicóloga.
A secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Nena Martins, reforça a importância de denunciar o agressor e proteger a vítima. “Você também pode denunciar anonimamente aquela amiga que esteja passando por violência familiar ou doméstica”, disse.
Acolhida – A Casa Abrigo Aryane Thaís é um local seguro e sigiloso para onde mulheres são encaminhadas quando correm risco de morte. Dependendo do caso, as vítimas podem ser encaminhadas para Casa Abrigo de outros estados, como Pernambuco.
Ronda Maria da Penha – O serviço é disponibilizado para as mulheres que já fizeram a denúncia e têm medida protetiva. A Prefeitura de João Pessoa executa esse apoio por meio das equipes da SEPPM e Guarda Municipal.
Canais de denúncia
180 – CENTRAL DE ATENDIMENTO A MULHER
197 – POLÍCIA CIVIL
190 – POLÍCIA MILITAR
153 – RONDA MARIA DA PENHA
0800 283 3883 – CENTRO DE REFERÊNCIA DA MULHER – JOÃO PESSOA