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Presidente do México pede à ONU que impeça ‘derramamento de sangue’ na Venezuela
18/12/2025 / 10:14
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Sheinbaum cobra reação da ONU após bloqueio naval dos EUA contra a Venezuela – Foto: GETTY IMAGES

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, pediu nesta quarta-feira (17/12) que a Organização das Nações Unidas (ONU) atue para evitar “qualquer derramamento de sangue” na Venezuela, diante do aumento da tensão após o anúncio de um bloqueio naval feito pelos Estados Unidos contra o país sul-americano.

A declaração ocorreu um dia depois de o presidente americano, Donald Trump, anunciar a restrição à circulação de petroleiros que entram ou saem da Venezuela, medida que amplia a pressão internacional sobre o regime de Nicolás Maduro. Em entrevista coletiva, Sheinbaum afirmou não ter visto uma reação da ONU ao anúncio de Washington.

“As Nações Unidas devem assumir seu papel para impedir qualquer derramamento de sangue e sempre buscar soluções pacíficas para os conflitos”, declarou a presidente mexicana.

Na terça-feira (16), Trump informou que determinou um bloqueio naval a embarcações ligadas à Venezuela e disse que a frota dos EUA no Caribe “continuará crescendo” até que o governo venezuelano devolva ao país “o petróleo, as terras e outros bens” que, segundo ele, teriam sido roubados. O presidente americano não apresentou provas das acusações.

Os Estados Unidos já mantêm presença naval no Caribe desde agosto, oficialmente para reforçar o combate ao tráfico de drogas. Agora, Trump afirma que o bloqueio se baseia na classificação do regime venezuelano como organização terrorista internacional, decisão tomada por seu próprio governo.

Em resposta, Nicolás Maduro acusou Trump de tentar promover uma mudança de regime e afirmou que o povo venezuelano e as Forças Armadas impedirão qualquer tentativa de derrubada. O líder chavista foi empossado para um terceiro mandato neste ano, apesar de organizações internacionais independentes apontarem vitória da oposição nas eleições realizadas no ano passado.

Sheinbaum reforçou que, independentemente das avaliações sobre o governo de Maduro, a posição do México é de rejeição a qualquer tipo de intervenção externa. “Apelamos ao diálogo e à paz, não à intervenção, em qualquer disputa internacional. Essa é a nossa posição, baseada na convicção e na Constituição”, afirmou.

Na prática, o bloqueio anunciado pelos EUA deve afetar quase todos os navios petroleiros que operam na Venezuela, com exceção dos ligados à americana Chevron. Apesar das sanções impostas ao setor petrolífero venezuelano, a empresa segue atuando no país com autorização de Washington — medida adotada inicialmente durante o governo Joe Biden para conter o preço dos combustíveis nos Estados Unidos e mantida pela atual gestão de Trump.

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