Durante sua visita a Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a “tirania do veto” no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que, segundo ele, impede a instituição de cumprir sua missão de evitar “atrocidades”. A declaração foi feita nesta segunda-feira (22) durante a Conferência Internacional de Alto Nível sobre a situação da Palestina.
Lula destacou que o conflito entre Israel e Palestina evidencia como o poder de veto de países como os Estados Unidos sabota a razão de ser da ONU.
“O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação”, afirmou o presidente.
Ele também reiterou que a ofensiva israelense na Faixa de Gaza é um “genocídio”, ressaltando que o direito de defesa de Israel não justifica a morte de civis.
A crítica de Lula ocorre após os Estados Unidos vetarem um projeto de resolução que pedia um cessar-fogo em Gaza, o qual recebeu 14 votos favoráveis no Conselho de Segurança. O presidente lembrou que apenas cinco dos 15 membros do conselho possuem poder de veto, o que limita ações efetivas em situações de crise.
A conferência, convocada pela França e Arábia Saudita, teve como foco discutir uma “resolução pacífica” para a guerra na Faixa de Gaza e a solução de dois estados, um israelense e outro palestino. O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou o reconhecimento do Estado palestino, destacando a necessidade de promover a paz entre as duas nações.
Atualmente, mais de 140 países reconhecem o Estado Palestino, incluindo o Brasil. O reconhecimento é visto como um movimento político contra a expansão de assentamentos israelenses e a presença militar em Gaza.
Além de discutir a situação na Palestina, Lula deve abordar temas como a soberania do Brasil e a independência do STF em seu discurso na Assembleia Geral da ONU. O presidente também pretende falar sobre a preservação ambiental e a guerra na Ucrânia, defendendo um cessar-fogo no conflito. A expectativa é que sua participação na ONU marque uma posição clara do Brasil em relação a questões internacionais, especialmente em um momento de tensões com os Estados Unidos.