O Brasil comemora nesta segunda-feira, 15 de novembro, o Feriado da Proclamação da República. Há exatos 132 anos, em 1889, o marechal Deodoro da Fonseca se juntava a tropas de rebelados no Campo de Santana, no Centro do Rio, com os quais depôs o gabinete de Dom Pedro II. O imperador e sua família partiriam em exílio para a Europa no dia seguinte.
O 15 de novembro é feriado nacional desde 1949, segundo a Lei Federal 662, do presidente Eurico Gaspar Dutra.
Ao contrário do grito do Ipiranga de Dom Pedro I no 7 de setembro de 1822, com o qual declarou a Independência, Deodoro não foi de muitas palavras naquele novembro, 67 anos depois.“O problema é que não houve uma ‘proclamação da República’”, ensina o historiador Milton Teixeira.
Na tarde daquele 15 de novembro, Deodoro, mesmo se recuperando de uma crise de asma, decidiu apoiar o crescente movimento contra Pedro II. Vizinho do então chamado Campo da Aclimação, desceu de casa e se encontrou com militares enfileirados diante do Quartel-General do Império — onde hoje é o Palácio Duque de Caxias.
“Deodoro não proclamou a República de imediato. Ele queria derrubar o presidente do conselho de ministros, Afonso Celso de Assis Figueiredo. Derrubou, mandou prendê-lo. E pediu que o imperador designasse um substituto. Aí o imperador designa Gaspar da Silveira Martins, que era arqui-inimigo do Deodoro”, lembra o professor. “Deodoro recebe a notícia, à noite, e diz: ‘Então derruba logo todo o sistema’”, emendou.
Quando Deodoro chegou ao Quartel-General do Exército, a porta estava fechada. “‘Abram esta merda!’”, cita Milton.
Afonso Celso acabou deposto. Não muito longe dali, no Arco do Teles, na Praça 15, a Câmara de Vereadores realizava a solenidade que pôs fim ao Império do Brasil. “A República, na verdade, foi proclamada à noite. Por isso, na bandeira do Brasil, estão as estrelas visíveis na noite do dia 15”, destaca.
O regime monárquico já não correspondia às vontades da população. Em paralelo, desde a Guerra do Paraguai, nos anos 1870, o Exército pleiteava mais participação no governo — no que não era atendido.
Também havia atritos entre Pedro II e a elite agrária, que exigia indenização pela libertação dos escravos com a Lei Áurea, de 1888.
E crescia no Sudeste, que substituiu o Nordeste como polo econômico, a influência do positivismo — de onde veio o lema “Ordem e progresso” estampado em nossa bandeira.
Informações: G1