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Projeto discute machismo e direitos da mulher com homens acusados de violência em Bayeux
18/06/2021 / 21:04
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Uma parceria entre o Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Mulher de Bayeux, e o Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste (SPM-NE) está levando reflexões sobre gênero, patriarcado e machismo para homens que respondem a processos por violência contra mulheres.

Trata-se do projeto ‘Refletir’, que tem o objetivo de despertar consciência e evitar casos de reincidência. O lançamento da 2ª turma aconteceu nesta quinta-feira (17), em uma solenidade na sede do SPM, no Conjunto Mário Andreazza, em Bayeux.

Por meio de oficinas, a iniciativa busca combater a violência de gênero e oferecer uma formação sobre os direitos das mulheres.

“O projeto tem o objetivo de levar esses homens a refletirem sobre as próprias condutas e nós fazemos isso a partir de discussões sobre gênero, cultural patriarcal e a Lei Maria da Penha”, explica o educador Diego da Silva Jacinto. Segundo ele, as oficinas geram mudança de comportamento nos homens que participam das atividades.

Fabiana Lobo, promotora de Justiça de Defesa da Mulher de Bayeux, conta que o projeto nasceu em João Pessoa e, atualmente, experiências similares estão sendo replicadas em outros municípios pelo MPPB.

De acordo com ela, a implantação das oficinas é uma medida necessária, especialmente em Bayeux, tendo em vista o grande volume de casos de violência doméstica.

“Em Bayeux nós temos percebido que a violência contra a mulher é muito grande, desde as ameaças até atos extremos. A questão da posse e não aceitar o fim do relacionamento é uma das principais motivações para as agressões, por isso o projeto Refletir seleciona homens em processo de violência. Quando vamos analisar os casos e fazer a triagem percebemos que há muitos homens empregados, com família constituída, mas esse comportamento pode ser revertido”, destacou.

O curso tem uma carga horária total de 20h, com um encontro por semana. Os homens que participam acabam tendo o curso como um atenuante a ser levado em consideração pelo magistrado no julgamento do processo.

Mesmo após o encerramento das oficinas, o MPPB continua monitorando os homens inscritos no projeto por mais seis meses, para se certificar de que os acusados não reincidiram na prática criminosa.