O músico João Cassiano da Silva, mais conhecido como Cassicobra, inicia o ciclo de formação e atendimento “Rumo à liberdade louca” nesta quarta (10). A proposta de utilizar música e arte urbana no tratamento de saúde mental para pessoas em sofrimento psíquico acontece em parceria com Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Organizações Não Governamentais (Ongs) por todo o mês de abril e maio na capital e em Cabedelo.
O projeto de inserção da arte no contexto da saúde mental oferece uma abordagem multifacetada. O objetivo é auxiliar indivíduos em sofrimento psíquico e com uso crônico de substâncias. Além disso, o artista estimula discussões sobre temas relacionados à saúde mental, redução de danos e políticas públicas. Por meio do trabalho artístico, as pessoas são capacitadas a ressignificar suas dificuldades, questões e angústias.
“Rumo à liberdade louca” garantiu destaque a Cassicobra na Premiação Cultura Viva – Sérgio Mamberti, edital de fomento lançado pelo Ministério da Cultura (MinC), através da Secretaria da Cidadania Diversidade Cultural (SCDC). O resultado traz o paraibano como o primeiro colocado dentre os projetos da região Nordeste na categoria Agente Cultura Viva de Saúde Mental. Um reconhecimento ao seu esforço como facilitador de cultura popular dentro do público destacado.
Por 14 anos Cassicobra trabalhou com redução de danos, uma importante abordagem do SUS para lidar com problemas relacionados ao abuso de drogas.
“Em outras épocas“, explica o artista, “essas pessoas que recebem tratamento no CAPS estariam trancafiadas em manicômios. Hoje a gente entende que o cuidado deve ser feito com esses indivíduos em liberdade e indo além dos medicamentos, psicólogos, psiquiatras. É aí que entra a arte. Até porque, muitas vezes, a pessoa consegue expressar seus sentimentos através da música, da pintura ou da performance de maneira mais fácil do que verbalizando seu sofrimento. A minha função é contribuir com o processo de colocar para fora“.
Além de facilitar a expressão, a arte também desafia estereótipos e promove o protagonismo de indivíduos em sofrimento psíquico e com uso crônico de substâncias, que frequentemente são marginalizados pela sociedade como incapazes. Ao integrar a arte ao tratamento, diversos preconceitos são desmistificados, tanto para os participantes quanto para a comunidade em geral.
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