O anúncio de que a Rainha Elizabeth II está sob observação médica, juntamente com detalhes de que toda sua família — incluindo Harry e Meghan — estão em uma viagem ao Palácio Balmoral, na Escócia, onde a monarca permanece sob estudo. Após que seus médicos anunciaram sua “preocupação” com a sua saúde, levantaram a questão do que acontecerá quando a rainha de 96 anos falecer.
Desde os anos 60, quando Elizabeth já estava no trono, existe um rigoroso protocolo que determina, passo a passo, como comunicar a notícia, e como é o processo de velório, funeral e sucessão real nas semanas que se seguem após o evento.
É conhecido como London Bridge Protocol, uma referência a uma das pontes mais famosas da capital britânica, e serve como um codinome para a Rainha.
O primeiro a saber da morte da Rainha será seu secretário pessoal, Edward Young. Ele será encarregado de chamar a Primeira Ministra, Liz Truss, e lhe dar a mensagem “London Bridge is down“(A Ponte de Londres caiu).
Os próximos passos serão comunicar as novidades aos países dos quais a monarca é chefe de Estado e para as nações da Commonwealth, a organização de ex-colônias e territórios dependentes do Reino Unido.
Em seguida, a imprensa será informada: a agência de notícias Press Association terá a primazia, pois estará encarregada de anunciá-la ao resto do mundo. Depois vem a BBC, que ativará o protocolo RATS (Radio Alert Transmission System). Suas âncoras de notícias terão que se transformar em ternos e gravatas pretas — que estão sempre prontas — e dizer “é com o mais profundo pesar que compartilhamos este anúncio” antes de anunciar a morte real. As rádios serão alertadas, a música terá que parar de tocar e dar lugar a um flash de notícias.
A seguir, será a transmissão do hino nacional, e a transmissão de programas de comédia será impedida até depois do funeral.
Em paralelo, um mensageiro colocará uma mensagem na porta do Palácio de Buckingham, em Londres. O protocolo exige que a Bolsa de Londres feche pelo dia, que todos os sinos da igreja toquem e que o Parlamento jure sua lealdade ao futuro monarca, seu filho Charles, que assumirá como Charles III.
Como a Rainha está no Palácio Balmoral, o protocolo dita que seu corpo será levado ao Palácio Holyrood, nos arredores da cidade de Edimburgo. De lá será levada para a Catedral da cidade, e então ela será embarcar no trem real, que a levará pela costa leste do Reino Unido até Londres. Na capital, seu corpo será colocado em Buckingham, protegido por quatro soldados.
De lá, começará um desfile militar e o caixão será levado para Westminster Hall, onde permanecerá por quatro dias e poderá ser visitado pelo público, em Jornadas de 23 horas.
Nove dias após sua morte, um feriado nacional será declarado, e o funeral será realizado nesse dia. Às 9 horas na manhã daquele dia, Os sinos do Big Ben tocarão, o corpo irá à Abadia de Westminster, onde chegará às 11h da manhã.
Após o evento, 138 marinheiros colocarão o caixão em uma carruagem para o Castelo de Windsor, onde ele será colocado na capela. Este é um dos locais possíveis para seu enterro final, assim como o Palácio de Sandringham e o Palácio de Balmoral. Em seguida, mais três dias de luto nacional.
Na noite do dia da morte de Elizabeth II, o príncipe Charles fará seu primeiro discurso para seus súditos como o novo monarca. Nos dias seguintes, O Conselho de Assunção será formado para proclamá-lo Rei, que será então anunciado no Palácio de Buckingham, com três toques de trombeta, e a proclamação de parte por um genealogista real.
Charles e sua esposa, a futura rainha Camilla, empreenderão como uma de suas primeiras tarefas um tour pelas quatro nações britânicas: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
Ao tomar posse, mudará a letra do hino britânico, que voltará a ser “God save the king“. (Deus salve o rei).