
Os partidos PT, PSOL e PCdoB protocolaram, em caráter de urgência, uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) em resposta à recente megaoperação policial no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. O documento, enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF 635, pede medidas rigorosas para garantir a transparência nas perícias e a liberação das vítimas, destacando um cenário de ‘brutal violação aos direitos humanos’.
Na petição, os partidos utilizam dados oficiais da operação para questionar a proporcionalidade da ação, afirmando que ‘a polícia do Rio de Janeiro matou mais do que prendeu’. O texto ressalta que, para cada duas pessoas mortas ou presas, apenas uma arma foi apreendida, com 91 fuzis e duas pistolas recolhidos.
Os partidos solicitam ao STF a aceitação de peritos independentes nas investigações da Polícia Civil, além de uma inspeção urgente da ANVISA no Instituto Médico Legal (IML) da Av. Francisco Bicalho, devido às condições insalubres relatadas. Também pedem que o Estado do Rio apresente, em 48 horas, uma lista nominal das vítimas e o destino dos corpos, garantindo acesso imediato às famílias, acompanhadas por advogados ou defensores públicos.
A petição critica o tratamento dos corpos e das famílias, mencionando relatos de decapitações e corpos encontrados com mãos amarradas. Além disso, denuncia as condições precárias no IML, onde corpos estariam espalhados pelo chão e ao ar livre. Os partidos também condenam o que chamam de ‘cortejo em forma de menosprezo à dor’, promovido pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE) em frente ao IML, enquanto as famílias aguardavam informações sobre seus entes queridos.