A Fiat apresentou o novo Pulse Abarth em um primeiro contato com jornalistas. Mas, se você quiser ler impressões ao dirigir, terá que esperar mais um pouco. Foi apenas um teaser presencial, segundo a Fiat.
Aliás, o Pulse Abarth é tratado como algo à parte. O novo SUV descarta Fiat como primeiro nome e prefere ser chamado de Abarth.
De qualquer forma, será oferecido em cerca de 50 concessionárias da marca italiana. Será um espaço exclusivo que incluirá o Pulse Abarth e o Fastback Abarth.
Deixando o nome de batismo de lado, o modelo é o Pulse em versão (bem) esportiva. É a primeira vez que a plataforma do Argo recebe o ajuste da marca mais nervosa da Fiat. O histórico da Abarth em preparações tem 73 anos, e a sua história está marcada intimamente com a marca italiana.
A Abarth foi representada no Brasil pelo miúdo e charmoso Fiat 500 – houve antes o Stilo Abarth, conforme lembrou um leitor. É até engraçado ver um modelo do tamanho do Pulse com o sobrenome Abarth. Os carrinhos ficaram na memória, mas, se o segmento dos SUVs está bombando, por que não?
Ainda não foram divulgadas as medidas do utilitário encapetado, porém dá para ter uma ideia pelos 4 metros de comprimento e 2,53 m de entre-eixos do Pulse normal. Os novos para-choques podem estender um pouco a medida total do carro, mas sem diferenças significativas.
Há uma bela diferença entre o Pulse Abarth e o seu primo mais educado. Sai o motor 1.0 turbo e entra o 1.3 turbo, um quatro cilindros usado pela Fiat Toro, Jeep Renegade e Compass. É a primeira vez que o propulsor é usado em um modelo de vocação esportiva.
Como não poderia deixar de ser, a carroceria é bem personalizada. O logotipo da Abarth concentra os primeiros olhares e toma lugar de destaque na grade. Ele é do signo de escorpião, animal peçonhento que caracteriza a Abarth. E que veneno: são 185 cv e 27,5 kgfm, força mais do que o suficiente para transformar o SUV em um utilitário de vocação bem diferente dos rivais do segmento.
Não foram liberadas muitas informações, tampouco os jornalistas puderam dirigir o carro. No setor automotivo, costuma-se chamar o carona de Zequinha. Não é algo incomum, mas cabe aqui a batida expressão “tirar doce da criança”.
Vamos ao que já foi liberado. Além da potência e do torque, a Fiat (ou seria Abarth?) antecipou que o Pulse envenenado será capaz de acelerar de zero a 100 km/h em menos de 8 segundos e terá velocidade máxima acima dos 210 km/h. Segundo eles, será o SUV mais rápido da sua classe de compactos – ao menos entre os que já foram lançados.
Mas há um modelo do próprio grupo Stellantis que terá que ser superado: o Citroën C4 Cactus 1.6 THP. Dotado de motor turbo de 173 cv e 24,5 kgfm, o SUV faz de zero a 100 km/h em 7,7 segundos e chega a 212 km/h. Páreo duro, mas nada que os times de engenharia do grupo não possam superar. De qualquer forma, está tudo em casa. Aqui vale um ponto curioso: UOL Carros questionou a Citroën sobre a diferença no zero a 100 km/h do C4 Cactus, uma vez que o número divulgado no lançamento fala de 7,3 s na mesma arrancada. Entretanto, ainda não houve resposta oficial ao questionamento.
Visual nervosinho
A dianteira tem mais do que o logotipo para diferenciar o Pulse Abarth. São novos o para-choque com fendas verticais e detalhes inferiores na cor vermelha, as lanternas de neblina (elas têm assistente de curva, mecanismo capaz de ligar a luz correspondente no mesmo sentido que as rodas viram) e também a grade treliçada emoldurada por contornos em preto brilhante.
Se você não viu o carro de frente, a marca lembra que esse é um Abarth com uma inscrição em vermelho berrante na parte inferior das laterais – ainda há outro logotipo nos para-lamas dianteiros. Somente pessoas muito míopes (e sem óculos) não conseguiriam ver tais toques. Os retrovisores são pintados de vermelho também, somente o teto é preto.
As rodas aro 17 são pintadas de preto e têm uma calotinha que imita uma rosca central, recurso disponível em muitos superesportivos de respeito. Mas é apenas um cosplay de porca central. Os pneus são Dunlop Sport Maxx 050+ 215/50 17, uma garantia de aderência e tanto. E os freios traseiros são a tambor. Fiquei pensando se eles aguentariam o dia inteiro andando pesado por Interlagos.
A traseira ostenta para-choque exclusivo e duas belas saídas de escape. Basta ligar o carro para ele cantar um ronco grave e abafado. Não chegava a competir com os Fórmula 4 com motor Abarth, estes faziam um barulho capaz de encher os ouvidos dos apaixonados e de todos os presentes em Interlagos. Mas é um reforço sonoro mais do que suficiente para deixar claro que se trata de um Pulse muito especial.
Por dentro, deu para notar poucos detalhes, uma vez que a Abarth cobriu todos os pontos de mudança com tecido e fitas adesivas. Nem mesmo as maçanetas ficaram à mostra. Mas há um recurso que ficou claro justamente por estar tampado: o uso de freio de mão eletrônico e auto hold (tecnologia que segura automaticamente o carro em paradas) – como antecipou o Autos Segredos.
Também há ajustes específicos para suspensão, freios e calibração diferentes para as respostas do motor e do câmbio. Chegou a hora de colocar tudo isso à prova.