“Eu cheguei aqui 3 horas da madrugada. Isso não pode acontecer. Deixaram o moço entrar e as crianças ficaram. Que Xou da Xuxa é esse? que Xou da Xuxa é esse?”, disse a então menina Patrícia Freitas Veloso Martins, em uma reportagem do final dos anos 1980, que viralizou na internet com o lançamento da série “Pra Sempre Paquitas” pelo Globoplay.
Se você rolou o feed das redes sociais nos últimos dias, viu imagens da garotinha de 11 anos, indignada por não conseguir participar do programa da Rainha dos Baixinhos, da TV Globo.
Botafoguense, casada e moradora de São João de Meriti (RJ), Patricia hoje com 47 anos é mãe de um garoto de 9 anos. Ela é professora dos anos iniciais do ensino fundamental.
No vídeo, a garota é entrevistada por um repórter no meio de outras crianças e esbraveja as falas que viraram meme, 36 anos depois do episódio.
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Trata-se de Paulo Roberto Amaral. Com mais de 30 anos na TV Globo, 16 como repórter, o profissional – que hoje está com 60 anos – estava ainda no começo da carreira quando entrevistou a menina que desabafou diante das câmeras: ‘Que show da Xuxa é esse?”
Após anos de dedicação ao trabalho de repórter na Globo Rio, onde não só cobriu eventos importantes, mas também apresentou telejornais, Paulo foi transferido em maio de 2000 para São Paulo como executivo de jornalismo da emissora, e a partir daí trabalhou atrás das câmeras. Em 2016, decidiu seguir novos rumos e deixou a emissora, mas não se afastou do mundo da comunicação.
Atualmente, Paulo é sócio da Ageimagem Comunicação, uma empresa de comunicação e marketing com unidades no Rio de Janeiro e São Paulo. Ele dirige projetos de produção de vídeos e podcasts voltados para TV e streaming. Um de seus mais recentes trabalhos é no programa De Malas Prontas, exibido semanalmente no SBT.
“A internet, quando usada para entretenimento, é muito divertida. A fala da menina foi espontânea e, embora alguns achem que o beijo foi uma forma de chamar atenção, na verdade foi um momento que ocorreu após seu desabafo. O que muitos não sabem é que a entrevista foi resultado de um trabalho em equipe. Nosso cinegrafista, Flavio Capitoni, percebeu a indignação da menina e decidimos abordá-la”, recorda.
O repórter que ajudou a contar essa história agora desenvolve estratégias de comunicação para empresas, treinamento de mídia para profissionais e estudantes não só para a TV, mas também para as novas mídias. “É curioso ver um meme do passado. Com certeza a repercussão desse recorte da reportagem hoje foi muito maior do que quando ela foi exibida, em 1988, no Jornal Hoje”, aponta.