
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou, nesta segunda-feira (8/12), a nova lista vermelha de criminosos mais perigosos e procurados do país. A relação reúne nomes indicados por todos os estados e pelo Distrito Federal, com base em critérios como gravidade dos crimes, ligação com facções, atuação interestadual e número de mandados de prisão. Nove dos alvos são paraibanos — oito indicados pela Paraíba e um incluído pelo estado do Rio de Janeiro.
A lista faz parte do Projeto Captura, que disponibiliza fotos e informações básicas dos procurados e abre canais para denúncias que levem à prisão dos foragidos. A ferramenta está disponível em um site oficial do MJSP.
Entre os paraibanos, todos têm ligação direta com facções criminosas e respondem por crimes graves, como homicídios, tráfico de drogas, organização criminosa e ataques armados. Um deles, Edgar Alves de Andrade, o Doca, é considerado um dos principais chefes do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.

Nascido em Caiçara (PB), Doca integra a lista do Rio de Janeiro e é apontado como um dos chefes do Comando Vermelho. Foi o principal alvo da megaoperação que deixou 121 mortos no RJ. Ele responde por mais de 100 homicídios e tem 35 mandados de prisão em aberto. Fugiu da operação.

Apontado como chefe do Comando Vermelho na Paraíba, tem pelo menos 10 mandados de prisão. Fugiu da PB1 em 2018, foi recapturado e depois liberado para cumprir medidas cautelares, mas rompeu a tornozeleira e fugiu novamente. É procurado por crimes ligados ao tráfico e à organização criminosa.

Considerado liderança do Comando Vermelho na Paraíba em 2024. A Polícia Civil suspeita que ele tenha atuado no Rio de Janeiro, de onde repassava ordens para integrantes da facção e coordenava fornecimento de drogas e armas.

Integrante da alta cúpula do Comando Vermelho no estado, próximo ao principal chefe da facção. Chegou a ser dado como preso durante a megaoperação no RJ, mas continua foragido.

Apontado como chefe operacional da facção na Paraíba, com forte atuação em Cabedelo. Foi alvo da operação que bloqueou R$ 125 milhões do grupo. A polícia afirma que ele estaria foragido no Complexo do Alemão.

Atuava como porta-voz da presidência do Comando Vermelho na Paraíba e exercia funções de gerenciamento da organização. Tinha influência na comunidade das Quatro Bocas, em Bayeux, articulando tráfico, fornecimento de armas e coordenação de ataques.

Apontado como membro do conselho do Comando Vermelho e chefe do tráfico em áreas como o Mutirão, em Bayeux, em 2024.

Considerado pela polícia um dos principais fornecedores de drogas em larga escala para a facção Okaida.

Réu por tráfico de drogas, crimes envolvendo armas e organização criminosa. O MJSP não detalhou os crimes específicos associados à sua inclusão na lista.
A relação nacional reúne até oito criminosos de cada estado, escolhidos segundo critérios de risco e impacto para a segurança pública. O objetivo é facilitar o acesso às informações pelos órgãos policiais e intensificar as buscas. Até agora, apenas três mulheres aparecem entre todos os nomes incluídos.
Entre os critérios de seleção estão:
• gravidade e natureza dos crimes;
• vínculo com organizações criminosas;
• quantidade de mandados de prisão;
• atuação interestadual;
• potencial estratégico da captura.
O Projeto Captura disponibiliza fotos, dados básicos e canais de denúncia para apoiar buscas. O MJSP também prevê a criação de uma célula no Rio de Janeiro dedicada à localização de foragidos de outros estados que se escondem no território fluminense — uma demanda crescente das polícias estaduais.
Além disso, o ministro Ricardo Lewandowski assinou a portaria que institui o Sistema Nacional de Inteligência para Enfrentamento ao Crime Organizado, permitindo integração entre bases de dados e operações policiais federais e estaduais.