Em 2021, os 25 principais times brasileiros somaram um endividamento líquido total de R$ 10,14 bilhões, segundo um levantamento feito pela consultoria EY. Os clubes mais endividados foram o Atlético-MG (R$ 1,3 bilhão), o Cruzeiro (R$ 1 bilhão) e o Corinthians (R$ 928 milhões).
Depois de atingir um pico histórico de dívidas líquidas em 2020, de R$ 11,06 bilhões, a retomada das negociações de jogadores, publicidade nos campeonatos e a presença de torcedores nos estádios viabilizou um recuo de 8% no endividamento dos times na comparação com 2020.
O destaque no recuo da dívida líquida ficou para o Flamengo, que conseguiu reduzir seus débitos em 48% e encerrou 2021, com R$ 354 milhões no vermelho. Outros clubes que apresentaram redução nos valores foram o Palmeiras e o Santos.
O estudo da EY foi elaborado a partir de análises de demonstrações financeiras disponibilizadas pelos clubes. Os dados contemplam um período de 10 anos e apontam que o endividamento líquido dos times brasileiros somava R$ 4,86 bilhões uma década atrás.
O montante subiu entre 2012 e 2014 e apresentou uma queda em 2015. Após isso, a dívida líquida dos clubes teve um crescimento de 63% até 2020.
Segundo os dados da EY, o endividamento dos times brasileiros se divide, principalmente, entre impostos a pagar (dívidas tributárias) e empréstimos financeiros.
Em 2021, o Corinthians apresentou o maior endividamento tributário entre os 25 clubes do levantamento: R$ 534 milhões. Só no ano passado, esse valor aumentou cerca de 30%. O Atlético-MG, que é o time mais endividado do Brasil, também tem o maior endividamento com empréstimos, que chega em R$ 580 milhões.
Porém, embora esses clubes estejam no topo do ranking das dívidas, eles não apresentam uma relação endividamento líquido x receita total de múltiplos altos. Ou seja, o tempo que seria necessário para saldar os débitos não é alto.
O Corinthians apresentou um múltiplo de 1,85 vezes no ano passado, considerando a dívida de R$ 928 milhões e a receita de R$ 503 milhões. Já o Atlético MG registrou um múltiplo de 2,60 (dívida de R$ 1,31 bi e receita de R$ 505 mi).
Por outro lado, o Cruzeiro, que está no top três dos endividados, não teve uma captação boa no ano passado e figura com o pior múltiplo do ranking, de 7,12 vezes. Abaixo dele está o Botafogo, com 7,08 vezes, e o Ponte Preta, com 4,63 vezes.
Da Forbes